e acabado. Mas posso dizer que meu processo para chegar ao livro é
lento. Escrevo pouco e de modo bastante irregular, sem disciplina
alguma. Preciso de tempo para perceber consistência no que escrevo.
Gosto de publicar em revistas e suplementos nos intervalos. É uma
prática que me permite identificar os núcleos de poesia que vão sendo
conquistados e ajudam a ver para onde vai caminhando o livro
(VICTOR, 2011,p.1)
Essa característica que o autor apresenta também nos faz compreendermos que
o autor não escreve pouco apenas no momento em que está escrevendo o seu livro, mas
de modo geral, pois seus poemas são curtos. A brevidade é uma das características
presente em sua poesia. Vejamos abaixo o poema “Olhar” do seu livro
Elefante
de
(2000), onde encontramos a brevidade do autor em questão.
Banheiro aceso
box de azulejo
o armário entreaberto
fio de breu
(Alvim, p.29)
Compreendemos melhor sua poesia quando realizamos a leitura de um
comentário feito por Roberto Schwarz, critico literário e professor de Teoria Literária
que realiza vários trabalhos críticos sobre e poesia de Francisco Alvim. Vejamos abaixo
um trecho que melhor exemplifica o uso gramatical presente na poesia de Francisco
Alvim e sua brevidade. Neste trecho, Roberto Schwarz cita um poema do autor em
questão para exemplar melhor.
O essencial de sua poesia cabe em poucas palavras. “QUER
VER?//Escuta”. Está ai a poética do livro, mais complexa do
que parece, desde que notemos a cor local da inflexão. A
indisciplina no uso das segundas e terceiras pessoas
gramaticais, à brasileira, bem como certa informalidade no
trato, além do modernismo oswaldiano da composição, cuja
brevidade não deixa de ser um lance de humor, destoam do
corte universalista da máxima. (
Schwarz, 2002)
O trecho acima nos faz compreendermos o uso estratégico da brevidade.
Segundo Schwarz é exatamente a brevidade que é essencial na poesia de Alvim, pois
seria como “dizer tudo” em poucas palavras, também encontramos nessa brevidade uma