Da alguma
Poesia poesia alguma
Entre?
O verde mais verde
Já verde não é?
O ar de tão puro
Já era?
Um papo cabeça
Um papo bigorna
Um papo bigode
Na estratosfera
De belas e feras
Um tombo
Uma manha
Ou manhã?
O pau esconde
Com o qual mata
A inexistente
E P N E
S R O T
Alvim, p. 56)
O poema a seguir, “Olha” também apresenta uma dessas características da
poesia marginal, pois através de um linguajar comum, o mesmo expressa um
preconceito racial que uma sociedade , um individuo possui.
Um preto falando
com toda clareza
e simpatia humana
(Alvim, p.91)
Alvim encena suas experiências vividas no espaço urbano para dar voz ao outro,
para imaginar e pensar no outro. A poesia de Alvim evidencia um eco amoroso, difuso
que não discrimina nem privilegia, hierarquicamente, discurso algum. A voz lírica se
ausenta no espaço do poema para ressaltar, num gesto solidário, “a voz do outro”,
motivo pelo qual o poeta e crítico Cacaso afirma que Alvim é “ o poeta dos outros”.
1...,277,278,279,280,281,282,283,284,285,286 288,289,290,291,292,293,294,295,296,297,...445