característica oswaldiana, já que, essa este procedimento é utilizado como estratégia de
humor.
Segundo Flávio Moura, a poesia de Alvim apresenta “versos livres,
coloquialismo da temática pedestre, do humorismo e do distanciamento”. Vejamos
abaixo o que Flavio Moura relata sobre a marginalidade expressa por Alvim.
[...] a referida marginalidade de Alvim em nada o aproxima da
condição de “autor maldito”, daquela figura que caminha no fi o
tênue entre a incompreensão de seus pares condicionada a um
reconhecimento tardio e o mero fracasso. Pelo contrário: trata-
se de uma marginalidade construída a partir de uma associação
com o “núcleo forte” da poesia brasileira, ou, em outras
palavras, com o modernismo
.
(MOURA,2009,p.3)
Essa “renovação” não foi aceita rapidamente, alguns autores passaram por
momentos desagradáveis ao apresentarem poesias que não possuíam as estruturas
padrões, como o caso do “grupo liberado por Mário e Oswaldo de Andrade foi vaiado
no teatro municipal de São Paulo porque propunha uma poesia livre de rima, das regras
de gramática, dos temas “ sérios”, e mais preocupada em comentar a realidade cotidiana
no linguajar comum.(Mattoso,1973).
Um dos poemas de Alvim que apresenta esse não cumprimento de regras é o
“Balada” que foi publicado em seu livro
O Metro Nenhum
(2011), onde encontramos no
seu fim uma palavra que não pode ser lida de forma linear, ou seja, sua estrutura é
diferente, fazendo com que obtemos além da escrita em uma poesia a visibilidade
A sala se abre
Em cubos paredes
De dados lançados
A esmo no vácuo
O mundo e o mundo
Ali defrontados
Ouvidos e boca
Joelhos esfo
Liados
Tanta novidade!
A hera que cresce
Na pauta viri
D (esc) entre