A escrita historiográfica, seus protocolos e fontes - page 68

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Vasco Taborda Ribas,
22
Fernando Corrêa de Azevedo,
23
Enói Navarro Swain,
24
Dulcídio Tavares de Lacerda
25
e De Sá Barreto.
26
Muitos dos nomes mencionados fizeram parte de instituições criadas nas
primeiras décadas do século XX e destinadas a reunir os homens dedicados às letras,
como o
Instituto Histórico e Geográphico Paranaense
(1900), o
Centro de Letras do
Paraná
(1912) e a
Academia Paranaense de Letras
(1936). Dos colaboradores de
A
Divulgação
, alguns foram os fundadores destas instituições e outros ingressaram no
transcorrer dos anos, em fases de reorganização, como aconteceu, em 1946, com o
IHGEP - David Carneiro, nesta ocasião, foi vice-presidente do instituto. Ou seja, a
revista
foi um espaço de sociabilidade
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que abrigou os sujeitos pertencentes à elite
cultural curitibana.
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Entre os nomes encabeçadores dessa elite cultural figura Romário Martins, a
quem já nos referimos anteriormente, ele esteve presente nas instituições citadas e
também colaborou nos primeiros números do periódico. Na primeira publicação da
revista, o primeiro artigo foi de sua autoria,
O Paraná na propaganda da República
(MARTINS, 1947, p. 5). Mesmo falecido meses após o primeiro número, em 1948, o
historiador por meio de seus escritos permaneceu nas páginas da revista. Os textos de
Romário Martins sobre o paranismo e seus símbolos, sobre a história e a geografia do
Estado, assim como as lendas que escreveu, foram constantemente republicados no
impresso.
Ao lado de Romário Martins outras memórias foram evocadas. A revista
publicou textos de Rocha Pombo e sobre Rocha Pombo – da mesma maneira aparece
a figura de Ermelino de Leão. Nas páginas do periódico, o leitor encontrava a poesia
de Emílio de Menezes e Leôncio Correia, literatos que adquiriram prestígio na virada
do século republicano. É justamente esse período da história cultural do Estado que o
22
Bacharel em direito, funcionário público, professor, literato. Exerceu a presidência da APL, foi
sócio efetivo e presidente em diversos mandatos no CLP. Integrou o IHGEP.
23
Professor e diretor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, estudioso do folclore
paranaense. Foi membro do IHGEP.
24
Escritora, jornalista e pedagoga. Foi sócia efetiva do CLP e integrou o Centro Paranaense
Feminino de Cultura, fundado em dezembro de 1933.
25
Foi membro do IHGEP.
26
Bacharel em direito, poeta, escritor, jornalista. Integrou a APL, foi sócio efetivo e presidente
do CLP.
27
Segundo François Dosse, em história a noção de sociabilidade intelectual se inspira nos
trabalhos desenvolvidos por Maurice Agulhon, com seu conceito-chave de
sociabilidade
,
definida como a “[...] aptidão a viver em grupo e a consolidar os grupos pela constituição de
associações voluntárias [...]” (DOSSE, 2004, p. 305). O círculo intelectual é constituído por um
grupo de pessoas que dialogam entre si, que possuem afinidades eleitas a partir da
cumplicidade de visões de mundo e problemáticas partilhadas. Formam agremiações que
promovem, além de diálogos e intercâmbios, embates e disputas que servem de palco para
intrigas.
28
Sobre as elites culturais pode-se ler: SIRINELLI, 1998, p. 259-279.
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