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(VELLOSO, 1952, p. 1). O Centro Cívico, uma construção de estilo moderno, deveria
reunir os três poderes em um único espaço.
Observa-se, pela eloquência do seu discurso, a tentativa de disseminar a ideia
que, na data prevista para inauguração do Centro Cívico, 19 de dezembro de 1953, o
governo mostraria ao resto do Brasil a “emancipação econômica”
15
do Paraná.
Integrante dessa sociedade, o periódico é um observatório das expectativas em
torno das comemorações do centenário da emancipação ao serem vistas como uma
chance de projetar aos olhos da nação a imagem de um “Paraná grandioso”, via sua
capital. A mesma sociedade que festeja a “libertação” de São Paulo ainda tenta
legitimar o seu “lugar” na nação.
A Divulgação
foi uma revista que demarcou temas, difundiu ideias e interesses,
agregando jornalistas, literatos, historiadores, políticos, médicos e advogados, que
com “espírito paranista” compuseram um projeto editorial o qual, explicitamente,
objetivava enaltecer a região.
Ao divulgar “tudo que diz respeito à nossa terra”, a revista destacou alguns de
seus recorrentes colaboradores: Homero de Mello Braga,
16
Heitor Stockler de
França,
17
Serafim França,
18
David Carneiro,
19
Rosy de Sá Cardoso,
20
Valfrido Piloto,
21
15
A historiadora Marion B. de Magalhães assim compreendeu a construção do Centro Cívico:
“a construção dessa obra se coloca como um marco das potencialidades locais, da ação
modernizadora do governo, que investe sobre a construção de um ‘lugar de poder’”
(MAGALHÃES, 2001, p. 63).
16
Médico, professor, jornalista. Foi sócio efetivo do Centro de Letras do Paraná (CLP).
17
Bacharel em direito, empresário, jornalista e poeta. Integrou o Instituto Histórico, Geográfico
e Etnográfico Paranaense (IHGEP). Foi um dos fundadores da Academia Paranaense de
Letras (APL) e do CLP.
18
Bacharel em direito, literato, teatrólogo. Foi sócio fundador da APL, sócio efetivo do CLP e
membro do IHGEP.
19
Foi sócio efetivo do CLP e embora tenha publicado textos em revistas da APL não foi
membro efetivo desta instituição. No IHGEP, foi vice-presidente quando o instituto, em 1946,
proclamou uma nova fase, passando inclusive a ter nova denominação ao incluir o Etnográfico.
Nesta ocasião, Romário Martins foi aclamado Presidente Perpétuo e o Núcleo de Curitiba da
Associação dos Geógrafos Brasileiros se integrou ao instituto.
20
Jornalista e colunista social. Destacou-se por ter sido a primeira mulher no Paraná a ter o
registro profissional de jornalista. FERNANDES, José C. Antes e depois da filha de Xaguana
.
Gazeta
do
Povo
,
Curitiba,
29
jun.
2008.
Disponível
em:
-
e-depois-da-filha-de-Xaguana>. Acesso em: 08 jul. 2011.
21
Bacharel em direito, funcionário público, jornalista, poeta e historiador. Exerceu a presidência
do CLP entre 1989-1991, ocupou a cadeira número 1 da APL e foi membro do IHGEP.