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dos números e seus respectivos temas e autores, identificamos um cunho
acentuadamente regionalista.
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Um dos elementos evidenciadores do projeto editorial da revista é a sua capa.
O periódico apresenta qualidade na impressão e organização interna, as ilustrações
internas são em preto e branco, mas as capas são coloridas e atraentes, chamam a
atenção do leitor.
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As ilustrações das capas foram escolhidas entre a paisagem paranaense,
balneários, rios, formações rochosas, pinheiro, pontos turísticos (Vila Velha, Cataratas
do Iguaçu, Gruta do Monge-Lapa, Marumbi, etc.), monumentos históricos, fotografias
tiradas por paranaenses de cenários cotidianos, realizações (estradas, ferrovias) e
projetos (Hidroelétrica, CentroCívico) do governo municipal e estadual. Abaixo,
visualizamos a ilustração da capa da edição de fevereiro e março de 1948.
Imagem 1 –
Capa da edição dos meses de fevereiro e março de 1948.
Fonte:
A Divulgação
, Curitiba, fev./mar., 1948.
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A revista passou por diversas mudanças no decorrer de seus números, algumas foram mais
acentuadas, outras nem tanto. Veja-se o aparecimento de uma “coluna social” na edição
bimestral abril/maio de 1948, e da posterior mudança do subtítulo para “Ilustrada, Noticiosa,
Social, Comercial”. O periódico também passou a reservar maior espaço aos anúncios, a partir
do segundo semestre de 1949 a revista divulgava abaixo do sumário uma lista de seus
anunciantes, num total de 43. Após dois anos de existência, o primeiro número de 1950 tem
um espaço para as mulheres, criou-se a sessão “A mulher no lar e na sociedade”. Esses
elementos denotam a tentativa de ampliação do público leitor e os artifícios para angariar
lucros, inserindo-se nas regras de sobrevivência do mercado editorial.
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Nos primeiros números o leitor encontra a identificação da empresa responsável pela
confecção gráfica, a Impressora Paranaense. Ela foi a primeira do Paraná, sua criação na
década de 1880 esteve intimamente ligada a comercialização da erva-mate. Barão do Serro
Azul, o maior produtor da região, decidiu investir na melhoria da impressão paranaense
justamente para aprimorar o invólucro que envolvia o mate. O empreendimento proporcionou
facilidade para a impressão de livros e a criação de jornais e revistas, surgindo em torno de
160 novos títulos na virada do século (MELLO, 2008, p. 115).