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Afirmar que a identidade nacional é construída ou imaginada, não significa que seja
irreal, visto que “[...] criam sentimentos e práticas sociais que realmente despertam na
população um sentimento de pertencimento”. (ANDRADE, 2010, p. 10). Segundo José
Carlos Reis ela é uma realidade que abarca “[...] as mais viserais paixões de um
indivíduo”. (REIS, 2006). Para Benedict Anderson “as comunidades se distinguem não
por sua falsidade/autenticidade, mas pelo estilo em que são imaginadas”.
(ANDERSON, 2008, p. 33). Renato Ortiz afirma que, o que existe são uma pluralidade
de identidades, construídas por diferentes grupos sociais em contextos variados, e não
uma identidade autêntica. (ORTIZ, 1994, p. 08). Segundo Lilia Moritz Schwarcz: “Mais
que inventadas, nações são ‘imaginadas’, no sentido de que fazem sentido para a
‘alma’ e constituem objetos de desejos e projeções.” (SCHWARCZ, 2008, p. 10).
Discorrendo sobre a produção acadêmica relativa a essa proposta de pesquisa
apresentaremos primeiramente os autores que de forma direta ou indireta abordaram
o periódico em seguida os autores que trabalharam as relações entre Portugal e Brasil
dentro da conjuntura de circulação da revista. Lilia Moritz Schwarcz se utilizou de
algumas ilustrações contidas na
A Ilustração Luso-Brasileira
no sentido de corroborar
com o assunto, por ela, abordado. Schwarcz (1998, p. 19, 151, 571) ressalta o
aparecimento na revista das reproduções das representações positivas da monarquia
brasileira. Rocha Martins (1941) ao discorrer sobre os periódicos ilustrados em
Portugal, cita o aparecimento d’ A Ilustração Luso-Brasileira em meio a outros
periódicos. Assim como Fernanda Müller (2010, p.257), que ao afirmar que a colônia
lusitana no Brasil promoveu a publicação de folhas direcionadas ao público imigrante,
cita, a título de exemplo, A Ilustração Luso-Brasileira (1856, 1858, 1859) dentre outros
periódicos. Maria Pace Chiavari (2005) cita uma passagem d’A Ilustração Luso-
Brasileira ao afirmar que o sonho do Imperador D. Pedro II era o de transformar o
Brasil no ponto central da civilização do novo mundo.
Dentre os autores que citaram em algum momento a revista
A Ilustração Luso-
Brasileira
encontram se ainda: Manuel Loff (2003), Hélder Garmes (2003), Erico J.
Siriuba Stickel (2004), Massaud Moisés (2001), Raimundo Magalhães Junior (1972),
Luciana Stegagno Picchio (1997), Germana Maria Araújo Sales (2011), Joaquim
Mendes dos Remédios (1921) e Mauro Nicolas Póvoas (2012).
Benedita de Cássia Lima Sant’Anna, pioneira e principal pesquisadora desta
revista, discute em sua tese de doutorado (2007), o papel deste periódico para o
estudo da imprensa literária e ilustrada romântica em Portugal e no Brasil. Para esta
autora, a publicação d’
A Ilustração Luso-Brasileira
vem na esteira de uma publicação
ilustrada lusitana em ascensão. Sant’Anna entende como imprensa ilustrada romântica
de língua portuguesa, mais especificamente a portuguesa e a brasileira, as