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portuguesas e estrangeiras, noticiários, retratos, desenhos, textos sobre instituições
religiosas e notícias bibliográficas de livros publicados pelo editor do jornal.
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Para a sua distribuição no mercado, a revista contava com uma rede de
correspondentes estabelecidos no Brasil e em Portugal. No Brasil houve
correspondentes no Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Bahia, Pará e Maranhão. Em
Portugal os correspondentes se situavam nas seguintes localidades: Porto, Coimbra,
Vianna do Casttello, Setúbal, Penafiel, Ilha da Madeira, Ilha de S. Miguel e Ilha
Terceira. (A ILUSTRAÇÃO LUSO-BRASILEIRA, 1856, p.200).
A revista teve seu fim em 31 de dezembro de 1859, quando da publicação do
número 52, onde constam os motivos que levaram Antonio José Fernandes Lopes a
encerrar o periódico. Os motivos referem se a morte de sua esposa, e a opção do
editor de cuidar da educação de seus oito filhos (A ILUSTRAÇÃO LUSO-BRASILEIRA,
1859, p. 412).
Este texto busca refletir sobre as relações culturais entre Portugal e Brasil na
década de 50 do século XIX. Assim como procuraremos situar o periódico estudado
dentro da história e do processo de desenvolvimento da imprensa ilustrada, tanto no
Brasil como em Portugal na tentativa de perceber quais foram suas contribuições e
inovações, assim como suas especificidades, visando contribuir de forma
substanciada para a historiografia sobre a imprensa do século XIX em ambos os
países.
Como um desdobramento desta pesquisa buscaremos analisar o modo como
os temas referentes ao nacionalismo são trabalhados e representados pelos
intelectuais que escreveram na revista, assim como as influencias recebidas por estes
do romantismo, e os desdobramentos de tais questões para o Brasil e para Portugal,
assim como relacionar este tema ao contexto histórico de cada país, tendo em vista a
relevância do mesmo para o entendimento da cultura, da sociedade, da política e das
relações entre ambos os países no período em questão. Assim como as diferenças
perceptíveis de um país para o outro.
No que tange ideia de nação e à formação da identidade nacional identificamos uma
discussão sobre o nacionalismo, que merece aqui ser comentada, em virtude de sua
estreita conexão com o objeto de análise desta pesquisa. Refiro-me a autores como
Liah Greenfeld, Eric Hobsbawm, Benedict Anderson e Ernest Gellner, entre outros,
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Descrição feita pelo Centro de Documentação e Apoio a Pesquisa (CEDAP) da UNESP-Assis.
Disponível
em:
>.
Acessado
em: 23 abr. 2012.