exterior. De um texto, portanto, fazem parte outros textos que o predeterminam, com os
quais ele dialoga retomando-os, aludindo-os ou, ainda, opondo-se a eles.
Koch (2004) relaciona os conceitos de polifonia e de intertextualidade
argumentando que o conceito de polifonia se mostra mais amplo do que o de
intertextualidade, já que nesta última faz-se necessária a presença de um intertexto
enquanto que a polifonia proposta por Ducrot exige apenas a representação de diferentes
vozes ou pontos de vistas de diferentes enunciadores.
Em razão da presença do outro nos discursos é que a autora propõe a existência
de uma intertextualidade em sentido amplo, constitutiva de todo e qualquer discurso, e
de uma intertextualidade em sentido restrito, em que há a evidência de outro texto, um
intertexto. A intertextualidade em sentido amplo se dá implicitamente enquanto que, em
sentido restrito, dá-se implícita ou explicitamente.
A. Intertextualidade em sentido amplo
A intertextualidade em sentido amplo é extensiva a todo e qualquer texto e está
relacionada não apenas “a outros textos como à experiência cultural do leitor, à sua
ideologia, enfim, a diversos fatores constitutivos da atividade discursiva” (SCHIMITI
1989, p.33)
B. Intertextualidade em sentido restrito
A intertextualidade em sentido restrito, por sua vez, ocorre quando em um texto
está inserido outro texto que faz parte da memória social da coletividade ou da memória
discursiva dos interlocutores (KOCH 2004, p.146). A autora distingue dois tipos de
intertextualidade em sentido restrito, caracterizados como intertextualidade implícita e
intertextualidade explícita.
B.1. Intertextualidade explícita
A intertextualidade explícita ocorre quando em um texto há uma referência
evidente a outro texto que o compõe. Esse é o caso dos resumos, das citações, das
referências ou, nas interações face a face, da retomada do discurso do interlocutor tanto
para avalizá-lo como para contradizê-lo.