Que refresco, chocolate
Bolo, bala, caramelo
(1998).
É notável, nestes versos, a presença de elementos simples: casa, meu avô,
sorvete, bombom, refresco, bolo, bala, chocolate. Os versos mantêm características
peculiares ao abordar temas que fazem parte do cotidiano e do universo da criança, pois
desdobram a realidade próxima do seu leitor, que não necessariamente esteja
desfrutando os prazeres da infância, uma vez que a poesia o transporta para esse
universo.
Diante disso, a escrita propõe uma maneira de ver ou perceber algo que faz
parte do dia a dia de qualquer criança, e convida o leitor a participar do texto, tanto pelo
aspecto temático quanto pela organização linguística.
Seguindo análise, o autor tematiza as diferenças individuais, humaniza coisas e
pessoas, discute sobre os diferentes valores e o ponto em comum que une as pessoas. O
eu - lírico descreve situações sob diferentes óticas, valorizando a diversidade de visões
de mundo, concepções, anseios, sejam da criança, do jovem ou do adulto. Podemos
observar isso claramente no poema “
A casa do meu avô
”, que é visto por muita gente
como “tantã, “meio amalucado”, “com três parafusos a menos” (1998), mas para o eu -
lírico isso não tem sentido quando o que importa é que ele é um tio muito carinhoso e
anda sempre perfumoso.
... Para mim não é bem assim
Só porque ele tem mania de dormir dentro do armário
Só porque quando ele se zanga
Grita: vai embora diabo!?
Só porque de vez em quando
Ele foge pro telhado
E faz xixi nas pessoas
Que passam pela calçada?
(1998).
Nessa produção literária não existe a submissão ao moralismo, seus integrantes
assumem seus pontos de vista que levam a diferentes verdades. Os efeitos do contato do
homem com o belo e o feio tendem a ser os mesmos: o belo produz uma sensação de
prazer; o feio, de terror. Na visão relativista da criança, no entanto, esse absolutismo se
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