O livro
A Casa de meu avô
faz parte de livros poéticos que reconhecem a
gratuidade lúdica da linguagem literária, uma boa oportunidade para se cultivar a
poesia. Em alguns poemas, a infância é apresentada como tempo privilegiado
paradisíaco, em outros é o cotidiano da criança que é retratado, em que, a todo o
momento, podemos sentir sensações e emoções por meio das palavras. Trata-se de
poemas muito bem escritos que, com certeza, agradam não só o público infantil, mas a
leitores de qualquer idade.
Sob essa ótica, a poesia proporciona momentos de análise sobre a realidade e a
fantasia quando sabemos que uma experiência do passado pode influenciar na leitura do
presente. Por consequência, para o leitor, é fundamental que não se esqueça, para além
da correria da mecanização e do plano da existência concreta e particular, a obra de
Ricardo Azevedo consegue desvendar os olhos para enxergar as belezas dessas
situações e ir ao encontro do que há muito tempo ficou esquecido ou apenas guardado.
É muito complexo construir um discurso pessoal autêntico, sermos realmente
expressivos, num mundo repleto de informações ideias pré-concebidas, fórmulas de
comportamento e atitudes politicamente corretas. Posto isso, percebemos que nas
poesias que compõe o livro analisado é possível nos desarmarmos de todo discurso
artificial, de regras, pois ao voltarmos às nossas origens somos o que verdadeiramente
somos, sem máscaras, sem maquiagens, ou bonecos moldados pela sociedade.
REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, R.
A casa do meu avô
. 1º. ed. São Paulo: Ática, 1998.
LAJOLO, M. ZILBERMAN, R
.
Literatura infantil brasileira
:
história &histórias. São
Paulo: Ática, 1984.
CARVALHO, B, V.
A literatura infantil
: visão histórica e critica 3º. ed. São Paulo:
Global, 1984.
COELHO, N, N
. Literatura infantil
: teoria, analise, didática. 1º. ed. São Paulo:
Moderna, 2002.