afirmação titular, com a inserção do “mas” e do “estaria”, presentes no subtítulo (
Cena
foi flagrada em Saint-Guillaume, na província de Quebec. / Mas aproximação da foto
indicaria que homem estaria de bermuda.
).
No recorte seguinte, observa-se como a superexposição de um enunciado,
silenciando/apagando outros, materializado numa editoria que naturaliza o bizarro no
próprio nome, a escassez e superficialidade das informações participam da sustentação
do efeito bizarro.
Texto da notícia (18/11/2010)
Professor se irrita com aluno e ameaça mostrar
seu ‘lado ruim’.
[título]
Incidente ocorreu durante aula na universidade de Cornell.
'Meu lado ruim é tão ruim quanto meu lado agradável é agradável', disse
[subtítulo]
.:
Um professor da universidade de Cornell, nos EUA, se irritou após um estudante fazer
barulho com a boca durante uma de suas aulas (veja vídeo). Ele parou sua explicação e
disse: "quem fez isso? Eu quero saber". Como ninguém assumiu a culpa, ele caminhou
em direção dos estudantes e afirmou: "meu lado ruim é tão ruim quanto o meu lado
agradável é agradável".
Legenda:
Professor se irritou com barulho feito por estudante. (Foto: Reprodução)
Na imagem (recorte de
frame
do vídeo), o professor aparece em pé, com a perna
cruzada, com braços e mãos em movimento, como gesticulando ao falar, de frente para
os alunos que estão sentados, numa sala/auditório. Um
link
“(veja vídeo)”
disponibilizado no texto, dá acesso ao vídeo que mostra o evento. A análise
apresentada, contudo, restringe-se, nesse momento, aos textos (verbal e visual) fixos,
quanto à produção do bizarro nessa textualização da notícia, e não ao vídeo.
A superficialidade da notícia, por uma apresentação vaga do conteúdo e de
composição discursiva desse conteúdo, reforça o efeito bizarro e/ou o duplo desse
efeito. Bizarro, no sentido de que o evento possa significar para o leitor/internauta como
bizarro em si e bizarro como construção noticiosa, ou seja, a forma/estrutura do noticiar
é bizarra, pois tende a fazer ver/ler somente os aspectos capazes de sustentar o bizarro
na notícia, como notícia.
Nos recortes que conjugam a constituição do
corpus
, considerando o seu
funcionamento no contexto de circulação/navegação, o efeito de bizarro sinaliza se
construir, de forma predominante,
no
e
pelo
discurso verbal como discurso determinante
