O CHEIRO DO RALO: A ESTÉTICA DA FRAGMENTAÇÃO
Senise Camargo Lima YAZLLE
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PALAVRAS-CHAVES: identidade, fragmentação, pós-moderno, pós-humano.
Lourenço Mutarelli nasceu em 1964 e cursou a faculdade de Belas Artes, porque
sentia “necessidade de pintar quadros” e, posteriormente, também algumas palavras. De
intercalador e cenarista nos estúdios de Maurício de Souza, Lourenço construiu sua
marca “sombria”. Criou suas histórias em quadrinhos, com seu famoso personagem
Johnny Bravo, venceu alguns prêmios e estréia nas letras com seu primeiro romance,
O
cheiro do Ralo
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O texto literário caracteriza-se, dentre múltiplos elementos, por sua alta e
profunda complexidade, a qual lhe atribui expressão vinculada ao seu processo de
construção, que, por sua vez, estão relacionados ao complexo sócio-cultural a que a
língua se veicula (2001).
É pensando nesse contexto aliado à configuração textual do livro em questão que
se concebe
O cheio do ralo
como uma narrativa situada entre o pós-moderno e o pós-
humano (2007), sobretudo no tocante à sua fragmentação aliada aos recursos
metalingüísticos explorados em toda a narrativa.
1. O discurso da pós-modernidade e a emergência do pós-humano.
À primeira vista o livro se apresenta ao leitor em forma de um enigma ou de um
anagrama a ser decifrado, estruturado por orações curtas, em sua maioria, coordenadas,
intermediadas pelo diálogo entre o dono do estabelecimento e os fregueses. O tom de
conversa entre as várias pessoas que adentram a pequena sala situada em uma cidade
grande, ao que tudo indica, a grande São Paulo, se faz presente em todo o percurso
narrativo.
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Profª Dra. do curso de Letras - Universidade Paulista (UNIP) Assis – SP,
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Informação encontrada na orelha do livro
O Cheiro do ralo.