ATUAIS CAMINHOS DA SEMIÓTICA GREIMASIANA
Fernando Moreno da SILVA
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Resumo
: O artigo
tem o objetivo de traçar um percurso epistemológico da teoria
semiótica francesa, estabelecida inicialmente por Greimas (1976). Assim, comparando o
quadro teórico atual com o modelo clássico, pretende-se mostrar os avanços dessa
disciplina, passando pela teoria da narratividade, pela incorporação dos estudos
enunciativos, pela teoria das paixões e pela tensividade. O artigo ressalta os três
caminhos mais desenvolvidos pela teoria: aquém (semiótica sensível), além (semiótica
visual) e fora (enunciação e intertexto) do percurso gerativo do sentido.
Palavras-chave
: linguística; semiótica francesa; tensividade, paixão, percurso teórico.
Desafiada pela grandiosidade do próprio projeto, a semiótica é
uma teoria em movimento.
Claude Zilberberg,
Razão e poética do sentido
, 2006a
Definição e objeto da semiótica francesa
A semiótica francesa ou da Escola de Paris, criada para ser uma teoria da
significação, é um modelo de descrição do sentido, ou seja, uma metalinguagem. “A
semiótica deveria ocupar, em relação às ciências humanas, o lugar que a língua,
segundo Hjelmslev, ocupa frente aos demais sistemas semióticos, e que decorre de sua
capacidade de assegurar a traduzibilidade entre outros sistemas.” (Fontanille; Zilberberg
2001, p. 55).
Além de se dedicar ao estudo do conteúdo, a semiótica francesa destaca a
arquitetura dele, ou seja, como o texto se organiza para expressar o conteúdo. Assim, o
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Pós-doutorando em Linguística e Língua Portuguesa (UNESP/FCLAr), Bolsista da FAPESP,
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