Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1092

Utilizando os Soemas e sonemas da Semiótica Daviliana na abordagem do
P
ercurso
G
erativo da
S
ignificação
Musical (PGSM), em D’Ávila (2007ª, 2007b), para a
desconstrução do sentido no discurso proferido por Lula, teremos a
Forma da expressão
-
representada no sistema físico-acústico codificado pela sonoridade estatizada e dinamizada
dos formantes rítmicos. Unida à
Forma do conteúdo,
ambas possibilitarão entender as
tensões produzidas pelo discurso sonoro sobre os destinatários, provocando reações
diversas que conduziram à aceitação coletiva. Representado por unidades mínimas de
significação musical, o
soema
, extraído do
sonema
, designa os semas da duração,
intensidade, altura, timbre, dinâmica e andamento DIATda, conforme D’Ávila (2007b),
entre outras especificações sonoras. São os soemas apreendidos das estruturas e
seqüencialização musicais, definindo quantificações e qualificações contextuais
determinantes do “que” e do “como” do sentido. Segundo Fernandes (2005)
Quando pessoas ouvem determinados sons melódicos em conjunção com letras persuasivas,
ocorre uma junção entre os planos do sensível e do inteligível encontrados em cada uma das
linguagens. Assim, as articulações existentes entre esses dois planos podem definir o que se
entende por
belo
, eufórico, manipulador, determinativo, persuasivo, tensivo ou não, num
texto verbo-sonoro.
Conforme os estudos de D’Ávila (1998, p. 463), devemos diferenciar três tipos de lexemas
relacionados à prática com a linguagem sonora: o
entoar
, o
entonar
e o
intonar,
sendo o
entoar um fazer espontâneo, descompromissado com o discurso e com o destinatário, ou
seja, um fazer por fazer. Define três tipos de “espaços do ritmo” em relação às
manipulações.
Tético,
intimidação;
acéfalo,
tentação (instabilidade, desejo de liquidar o
estado de falta, ansiedade a resolver) = querer/fazer, agindo, também, no campo da
sedução;
anacrúsico,
sedução e provocação (síncopas, principalmente as de quarta espécie).
Na arte da dicção expressiva (D’Ávila, 2000), para interpretarmos um trecho falado ou
cantado, “as.manipulações califáticas, geralmente usadas para seduzir, provocar (ato
cognitivo) e tentar (ato pragmático), geram( )a compreensão do enunciador concernente à
timidez do enunciatário e à expectativa causada”.
A exemplo, colhemos os acéfalos no
corpus
analisado I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X.
A Califasia. Arte da dicção expressiva
FIGURA II -
SINAIS CALIFÁTICOS DE VALOR autoria: N. D’Ávila
1...,1082,1083,1084,1085,1086,1087,1088,1089,1090,1091 1093,1094,1095,1096,1097,1098,1099,1100,1101,1102,...1290
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