LULA E O DISCURSO MIDIÁTICO RUMO À PRESIDÊNCIA
Edson MODESTO JR.
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Esta pesquisa visa a conduzir destinatários ao entendimento das estratégias que regem os
discursos das campanhas eleitorais, sob a perspectiva das teorias semióticas greimasiana e
daviliana (análise verbo-sonora). Por intermédio destas, identificaremos os processos de
produção do sentido que se configuram nas modalidades factitivas do ‘persuadir’ e do
‘convencer’, irrefragáveis nos textos políticos, e efeitos de sentido gerados em sua
organização sintático-semântica. Para alcançar o objetivo desejado, delimitamos o
corpus
deste estudo ao discurso proferido por Lula poucos dias antes da eleição presidencial de
2002, visando a qualificar o eleitor como um outorgante do Poder ao mandante citado. É na
busca do /fazer-crer/ para /fazer-Dever-agir/ e /fazer-Querer-agir/ que se caracterizam os
discursos de manipulação nos quais o enunciador propõe ao enunciatário um contrato,
levando-o a crer nos valores em jogo e na veracidade do discurso.
Palavras-chave: Semiótica sincrética, Marketing Político, Lula, Discurso, Síncopa musical.
Introdução
Do ponto de vista da semiótica greimasiana, ou “teoria da significação”, cuja preocupação
se volta para a explicação das condições da apreensão e da produção do sentido (Bertrand,
2003, p.16), de quais procedimentos o enunciador se vale para a organização persuasiva do
discurso de Lula com a finalidade conseguir a adesão do enunciatário? Sua manifestação
deve ser analisada como uma cena ou espetáculo enunciativo, o que implica, entre outros
aspectos, examinar a instância da enunciação. Esta, desdobrada em enunciador e
enunciatário, promove uma relação contratual entre um destinador e um destinatário na
qual o primeiro, por meio de persuadir e de convencer o segundo, procura neste instaurar
um crer naquilo que o primeiro pretende manifestar. A resposta do enunciatário é um fazer-
interpretativo que determinara a adesão ou não ao contrato proposto.
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Professor da Universidade Federal de Rondônia Porto Velho-Brasil,