Em nossa pesquisa, as buscas desses significados nos discursos de Lula terão duas análises:
uma verbal e outra verbo-sonora; a primeira – demonstra a perspectiva de como o sujeito
Lula constrói seus discursos com intencionalidade de manipular o eleitor a fim de ser aceito
para o posto de Presidente da República. O que nos interessa, prioritariamente, não é
somente
o que
narra o texto, mas
como
o texto narra o que pretende comunicar. É assim
que a semiótica greimasiana nos encaminha para um primado do racional (e não da intuição
e da sensibilidade) para a fixação de uma “gramática do conteúdo” (D’Ávila, 1999b),
constituída por um razoável número de esquemas e regras instituídos em seus postulados
metodológicos que nos possibilitam explicar grande parte de nossas indagações.
A primeira abordagem é alusiva à manifestação verbal. A segunda reside na manifestação
sincrética (linguagem verbo-viso-sonora), observada sob caráter semi-simbólico.
1.
Corpus
.
A
transcrição em sequências enumeradas do discurso proferido por Lula em
2002, que extraímos de gravação em vídeo, será exposta no item
Semântica Discursiva.
A manifestação textual é resultante da reunião de uma expressão a um conteúdo. A
expressão se define nas substância e Forma lingüísticas assumidas pela língua natural
manifestada e o conteúdo, em substância e Forma, é representado em substância, pela
"história" que está sendo por ele veiculada, cuja Forma somente poderá ser explicitada após
análise do “como” do sentido. Este é extraído das estruturas sêmio-narrativas superficiais e
profundas observáveis no Percurso Gerativo do Sentido, exposto em Greimas, Courtés
(s/data, p. 209). Podemos atribuir à substância do conteúdo uma natureza (parcialmente)
autônoma, uma vez que pode ser retomada em outra língua ou até em outro suporte de
comunicação, como, por exemplo, num desenho animado, num filme ou num discurso
político, ou como no
CORPUS
examinado nesta análise, em sequências numeradas.
Deixando de lado, no momento, a substância da expressão pertencente ao significante -
uma vez que elementos físico-acústicos, plásticos, gráficos etc, encontram-se dispersos e
desordenados no meio físico em momentos que antecedem a manifestação -,. nosso maior
interesse voltou-se ao que a semiótica de Greimas - na esteira de Hjelmslev – dotou de um
caráter preferencial: a Forma da expressão (o sistema lingüístico), e a Forma do Conteúdo.