Zélia Lopes da Silva (Org.)
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pessoas que estão de fora do que pelas pessoas que estão aqui dentro, da diretoria. Eu
acho que é mais valorizado por quem está lá fora olhando e colaborando com a gente e
separando o material reciclável, do que as pessoas próprias ali de dentro. Eu acho que as
pessoas ali de dentro não dão muito valor às pessoas que estão aí trabalhando, suando
e lutando. É como se fosse assim, no meu modo de vê e pensar é, tipo assim, quando
você olha na pessoa parece que vê a pessoa pensando assim: “Eu venho aqui não faço
nada, ando pra lá e pra cá o dia inteiro, passeio pra lá e pra cá o dia inteiro, deixa os trouxa
trabalhar aí para mim ganhar”. É tipo assim o que você sente, né.
Entrevistadoras
: Quais foram às contribuições para a sua vida trabalhar aqui na
Cooperativa?
— A.R.B.X.
: Olha é assim... Todo trabalho que eu tive geralmente foi assim, sempre uma
união de pessoas, assim, um grupo de pessoas; a maioria dos trabalhos que tive. Então a
gente já pega a experiência de como se trabalha bem e você se entende com todo mundo,
todas as pessoas. Porque você trabalhar sozinho em um lugar é uma coisa, você trabalhar
com um grupo de pessoas é diferente, você tem que ter um comportamento diferente,
porque se você não tiver um comportamento diferente você não se dá com ninguém, você
briga com todo mundo, você arruma inimizade com todas as pessoas. Então, você tem que
saber levar aquela situação de se trabalhar com um grupo de pessoas. Então, como eu já
trabalhava muito com um grupo de pessoas antes da Cooperativa, eu já sei mais ou menos
lidar com essa parte, né. Eu, graças a Deus, pelo menos que eu saiba, pode ser que tenha
algum outro que não vai muito com o jeito da gente, mas isso aí é normal né, mas pelo
menos que a gente saiba, eu não tenho inimigo nenhum.
Entrevistadoras
: É mais uma ligação de trabalho?
— A.R.B.X.
: É mais uma ligação de trabalho! Pra mim é uma ligação de trabalho.
Entrevistadoras: E fora daqui?
— A.R.B.X.
: Fora daqui a gente, às vezes, se encontra, se cumprimenta. Mas assim de
contato, de ir à casa da gente está no meio de festa, essas coisas não. Não porque eu não
gosto.
Entrevistadoras:
E o que você faz de atividade de lazer, quando não está trabalhando?
— A.R.B.X.
: Lazer nenhum, porque eu vou lavar roupa, limpar a casa. Quando você vê
já passou o resto do sábado e do domingo. Aí já volta segunda-feira no trabalho de novo.
Entrevistadoras:
E a igreja?
— A.R.B.X.
: A igreja eu vou aos sábados, porque eu chego mais cedo, aí dá tempo de eu
ir, no meio da semana não dá tempo de ir mais.
Entrevistadoras
: Você tem algum sonho que ainda queira realizar?
— A.R.B.X.
: O meu sonho mesmo era poder voltar a estudar e ter uma profissão boa,
mas dependendo do trabalho que a gente arruma não tem mais condição que você vê a
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