Zélia Lopes da Silva (Org.)
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— C.S.C.
: Eu não tive história interessante na minha vida não, estou tendo agora.
Entrevistador
: Como você disse antes que gosta de dançar. As festas são com o pessoal
da Cooperativa, ou da família?
— C.S.C.
: Depois que eu conheci o pessoal da Cooperativa as festas são sempre com
eles, sempre tem algum deles envolvido.
Entrevistador
: E você tem algum sonho para o futuro, um objetivo?
— C.S.C.
: Meu objetivo é criar meus filhos, ter minha casa própria, esse é meu objetivo.
Entrevistador
: E a vida profissional depois da Cooperativa? Como você separa o antes e
o depois?
— C.S.C.
: A minha vida antes? Eu comecei trabalhar muito nova, depois, com vinte e um
anos eu casei, casei assim... Fui morar junto. Aí, durante os doze anos de convivência
com o pai das minhas meninas, eu não tive uma experiência muito boa, sofri muito. É
por isso que eu falo para você que eu comecei viver agora. Após eu ter terminado meu
relacionamento com ele, já faz cinco anos, aí eu entrei na Cooperativa.
Entrevistador
: Você conheceu a Cooperativa como?
— C.S.C.
: Eu conheci a Cooperativa através de uma amiga minha, a Noêmia. Ela veio
aqui fazer uma fichinha, preencher um currículo e me chamou para vir junto. Mas eu não
me interessava nem um pouco, falei para ela que ia apenas de companhia. Quando eu
cheguei aqui [Cooperativa] a Sandra que era diretora, e eu já conhecia ela há muito tempo,
porque ela foi vizinha da minha mãe, ela insistiu para eu fazer uma fichinha, eu fiz só por
fazer, mas o trabalho não me interessava nem um pouco. No mesmo dia, à noite, ela ligou
para a Noêmia avisando que se a gente quisesse podíamos começar no outro dia. Aí,
como eu estava morando na casa da minha irmã, com duas crianças, eu resolvi começar.
Entrevistador
: Você começou na rua ou no Parque?
— C.S.C.
: Na rua, na época, só tinha coleta seletiva. No dia a dia eu fui conhecendo a
Cooperativa, através de reuniões eu fui me interessando. Eu ia viajar para fora, escutava
as palestras, assim eu vi que a Cooperativa não era só aquele mundinho que eu imaginava:
ir para a rua coletar e voltar para cá. Nas reuniões que eu participava que eu vi o tamanho
que era a Cooperativa.
Entrevistador
: Como são essas viagens? Vocês se divertem, passeiam?
— C.S.C.
: Não, as viagens mais é trabalho mesmo. Você tem que participar das atividades,
anotar tudo que é falado, tudo que se passa lá você tem que chegar aqui e passar para os
demais. Se não fica aquele clima de que a pessoa foi viajar, foi passear e não é passeio.
Tudo que eu aprendi hoje foi através de viagens, reuniões, então, pra mim, o que eu aprendi
lá fora através desses encontros, eu não só chego aqui e tento passar falando, como tento
passar no meu dia a dia, fazendo o que eu aprendi, porque não adianta você só falar e
guardar para você, então, você tem que passar para os outros no dia a dia do trabalho.
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