Zélia Lopes da Silva (Org.)
132
brincando. Mas eles têm, graças a Deus, um anjo, consegui dá condições para eles ter
acesso à internet e ter as coisinha deles. Tudo graças a isso aqui.
Entrevistadoras
: Eles só estudam?
— C.D.O.:
Só estudam, benza Deus. Eu com doze anos eu já estava ralando. Consegui
primeiro, isso.
Entrevistadoras
: Já teve algum problema de saúde por trabalhar aqui, ou antes?
— C.D.O.:
Ah, eu só tive apendicite. Eu tive que operar em 2010.
Entrevistadoras
: E a religião, você é católico?
— C.D.O.:
Então, eu já frequentei todas as religiões. Um tempo estava meio desiludido da
vida. Estava meio descabelado. Fui, na crente, pensando que era psicológica?
Entrevistadoras
: Como foi a experiência?
— C.D.O.:
Então, fui mais procurar um alento porque estava desempregado. Então, eu vi
que eu tenho uma leitura que cultua o espírito.
Entrevistadoras
: Você tem algum sonho para o futuro em relação a sua vida, ou aqui
dentro da Cooperativa?
— C.D.O.:
Ah, eu não sei. Sonho com muita coisa. Sonhei em ser político.
Entrevistadoras:
Desistiu desse sonho?
— C.D.O.:
Vou ficar com minha política mesmo. Defender minha classe é muito. Tem um
sistema lá e ele está podre. Tive muito convite desde 2006 para participar como vereador.
Agora, eu sonho em fazer uma faculdade de engenharia, mais eu vou terminar esse
terceiro. Engenharia ambiental. Eu vou para umas coisas que eu tenho que fazer em casa.
Dá um tempo e esperar meu molequinho menor crescer mais, eu vou tentar fazer uma
faculdade. Tem gente que está fechando com sessenta anos. Vou começar com quarenta,
né (risos). Eu tenho vontade de um curso superior, mas eu quero fazer uma faculdade
que eu me identifique. Engenharia ambiental, talvez, Matemática. Qualquer coisa vocês
ajudam a passar num cursinho, né (?) (risos)
Entrevistadoras
: E a importância para você desse trabalho que a gente está fazendo
para você e para Cooperativa. Tem alguma importância?
— C.D.O.:
Eu acho que, a memória da gente é muito curta né, se não registra se perde.
Acho que é assim. Vai ser muito importante porque a pesquisa, ela não pode ficar com
os pesquisadores. Não pode ficar naquele porão da faculdade. Deve vir para campo.
Então, acho que isso tem um ganho importante para a gente, que vamos ter a memória,
e também para quem está pesquisando, porque é uma maneira nova de se desenvolver
para a comunidade. Então, assim, para conhecer a história tem que participa. Vocês estão
participando, estão entrevistando, né.
Entrevistadoras
: E como você disse, vocês tão construindo uma história, não?
— C.D.O.:
É, a gente está construindo história. Somos os atores principais dessa história
1...,125,126,127,128,129,130,131,132,133,134 136,137,138,139,140,141,142,143,144,145,...180