Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 169

Dessa forma, o que estamos sustentando, afinal, é que a mídia faz parte de um ciclo de
micro-poderes, é proliferadora de enunciados reitores, constituintes de práticas e que
inscrevem posições-sujeito em um jogo enunciativo.
Voltando à teoria
Conceitos e pensamentos de Michel Foucault
Saber, poder e discurso
Metodologicamente podemos citar neste trabalho duas
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fases dos estudos de
Foucault: a fase arqueológica e a genealógica. Em sua fase arqueológica Foucault vai se
preocupar mais em entender “como o
saber
foi se constituindo e as condições de
possibilidade de seu aparecimento” (SILVA, 2004, p. 161), e ainda, em compreender a
formação discursiva
que possibilitou o surgimento de certos enunciados e não outros na
construção dos saberes de uma época. Isto é, a ideia é mesmo desenvolver uma
arqueologia que contemple a história do saber na sociedade moderna. Desta
investigação é que o pensador começa a relacionar o saber e as
práticas discursivas
, por
compreender que aquele fomenta maneiras de pensar e de dizer, circunscrevendo e
regularizando, enfim, os enunciados possíveis de serem ditos.
Mas, então, o que seria responsável por uma regularidade que reuniria os
enunciados em meio a suas dispersões? É a partir desse mote que Foucault volta-se para
a análise do discurso não no jogo de relações de continuidade, origem ou totalização,
mas naquilo que o caracteriza como prática, ficando claro com isso que ele entende o
discurso como constituído por uma sequência de signos que se encontra no nível do
enunciado e não por um conjunto de performances verbais, ou ainda, o discurso como
“prática que determina a historicidade dos enunciados” (SILVA,
op. cit
., p. 162).
Veja que Foucault parte do ponto de vista da Nova História, que é uma
concepção baseada numa história pautada em múltiplas causalidades imbricadas em
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Pode-se dizer que Foucault tem ainda uma terceira fase, que é quando ele se volta a pensar as questões
morais, da constituição do sujeito de si, uma espécie de “genealogia da ética” (DREYFUS; RABINOW,
1995, p. 253).
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