a designação e a derivação fazem ligar todas as formas buscando as suas origens. Mas
esse quadrilátero tem suas diagonais: articulando, derivando, designando e propondo
uma rede de significações que se dá como na poesia através do ritmo e do modo como
os elementos se relacionam. Assim o texto visual pede ao leitor construir no momento
da leitura a sua significação que acontece a partir das diretrizes propostas pela própria
obra, numa rede de significações. A leitura da imagem não se dá por aspectos
denotativos de palavras, mas pelo conjunto complexo de sentido.
Na perspectiva foucaultiana pode-se extrair o processo de recepção através do resgate
do “eu “ de cada leitor, sua cultura e assim compreender o presente historicamente
constituído. Foucault não leva em consideração o gênio, data e bibliografia do autor,
esses elementos somente ajudariam a compreender as mudanças na produção visual. O
tema para Foucault se encontra no próprio discurso, pois eles sofrem efeitos da época
em que vai ser lida, porque o passado é importante para se compreender o presente
tornando a história viva e alargando-a em relação ao futuro.
Para esse teórico as regras prontas, as teorias, não são verdades absolutas, elas se fazem
pela experiência, mesmo porque teoria e prática não são estanques, elas se modificam a
partir do conhecimento e do olhar de cada leitor. Não é conhecer a teoria para se ter a
prática, ambas caminham juntas. Foucault, não propõe analisar as obras através de
discussões psicológicas, gestalticas ou estruturalistas, mas busca interpretações das
interpretações, construindo o conhecimento através de muitas vozes, múltiplos sentidos
e perspectivas, procurando extrair interpretações capazes de serem compreendidas.
“(...) não mais tratar os discursos como conjunto de signos (elementos significantes que
remetem a conteúdos ou a representações), mas como práticas que formam
sistematicamente os objetos de que falam. Certamente os discursos são feitos de
signos; mas o que fazem é mais que utilizar esses signos para designar coisas. É esse
mais que os torna irredutíveis à língua e ao ato da fala. É esse “mais” que é preciso
fazer aparecer e que é preciso descrever.“(FOUCAULT, 1986, p. 56).
Na teoria foucaltiana toda atividade humana está centrada sobre um campo discursivo
constituindo uma trama que ultrapassa o lingüístico, com isso enunciados e
visibilidades, falar e ver são práticas imersas em relações de poder e saber e constituem
práticas sociais. Tendo em vista tal pressuposto este artigo, trata da pertinência de
aplicar o conceito de leitura de textos artísticos como suporte de aprendizagem, visto