/parecer/ narrativo-discursivos, à “Parte textual”, em instâncias enuncivas e enunciativas
precisas e delimitadas.
Foi esse, sem dúvida, o motivo principal pelo qual buscamos na teoria semiótica
de nossa escolha, fruto das escolas semióticas de Greimas, Coquet e Peirce entre outras,
soluções e respostas para questões ainda em aberto, uma vez que a “Teoria da
Figuratividade Visual” permite-nos absorver, sob forma plausível de fundamentação
teórico-cientifica, com maior profundidade e respostas que, utilizando outras linhas de
pesquisa, não havíamos, ainda, encontrado.
Gostaríamos de deixar claro que este ponto de vista tem caráter pessoal.
Ao analisarmos os elementos simbólicos existentes nessa obra de Botticelli, o
teor das informações ordenadas em cada item encontrado, revestidas também de uma
representação simbólica, teve um enfoque que não visou apenas o caráter sistemático
dissertativo nem o histórico, quando foram escolhidas e ordenadas essas informações,
mas também o princípio que melhor preservasse a autonomia de cada uma delas e a
totalidade de seus valores intrínsecos e extrínsecos.
Serão abordados elementos simbólicos (a Concha, a Vênus, o Vento, as
Estações, etc.), cujas raízes simbólicas estruturam-se na imaginação humana; logo, o
sentido de cada um deles também pode ser diferente, conforme os homens e as
sociedades, e conforme suas respectivas situações, em um dado momento.
Por essa razão é que a interpretação do símbolo, diferente da do signo – que
somente por meio da análise semiótica poderá ser constatado, tal como salientamos
neste estudo - deve inspirar-se não apenas na imagem / símbolo, com suas irradiações
constitutivas, mas na desconstrução do signo, em si, visando a recuperar suas duas
faces, a figural e a figurativa, reveladas em nossa análise do texto visual em expressão e
conteúdo, observado, igualmente como um símbolo plástico.
O emprego da palavra símbolo revela variações consideráveis de sentido, sendo
independente como expansão cultural.
Para precisar a terminologia utilizada, é importante fazer a distinção entre a
imagem simbólica, e todas as outras com as quais ela é confundida com demasiada
freqüência, e o signo em si, aquele que será examinado como texto, denotativo mais que
conotativo, contendo Significante + Significado – (Expressão + Conteúdo) em
substancia e forma.