a revelação dos mistérios no decurso de uma cerimônia de iniciação. Os símbolos estão
perfeitamente desenhados; os gestos; os rituais; mas para o não-iniciado, o mistério
permanece inteiro, prenhe de equívocos.
À verdade do símbolo pode-se aplicar o título da famosa peça de Pirandello:
“Assim é..., se lhe parece...”
Ao abordamos elementos que compõem a obra de arte analisada, não
pretendemos esgotar todas as análises, ou até mesmo ser exaustivo em nossas
interpretações, pois, sobre cada um dos símbolos aqui propostos, livros inteiros foram
escritos.
Este trabalho, de caráter pessoal, visa à descoberta de possibilidades e
percepções originais, buscando nas referências dos livros básicos e principalmente na
“Teoria Semiótica da Figuratividade Visual”, fundamentação, para aprofundar e ampliar
nossa percepção em relação ao que é um símbolo, até então confundido com o signo, e
sua abrangência.
A percepção do símbolo sofre variações de acordo com o repertório individual,
característica essa que o torna eminentemente pessoal, prevalecendo no sentido que
procede da pessoa como um todo.
O estudo geral dos símbolos não estava suficientemente avançado, apesar dos
excelentes trabalhos que se têm multiplicado nesses últimos anos, permitindo, aos
principiantes (neófitos), a procura de teorias como esta que utilizamos, a daviliana,
capazes de expor, de modo satisfatório, dados acumulados ao longo de séculos, em
atuais estudos e pesquisas.
Na esteira de Saussure e Hjelmslev, durante a segunda metade do século
passado, a semiótica de A.-J. Greimas era trabalhada no âmbito da linguagem verbal,
assim como a de J. -C. Coquet.
A teoria de D’Ávila, apesar da profundidade e clareza, ainda é considerada
objeto de certas dificuldades àqueles que se iniciam na aprendizagem da semiótica
greimasiana - a principal fonte de pesquisa para sua fundamentação teórica - no que
tange aos patamares da produção do sentido verbal.
De modo análogo, a teoria peirceana muito influenciou a daviliana no que
concerne aos estudos sobre o signo e seu referente (externo). 91
Coquet, outra fonte de estudos, reflexões e influências, permitiu-lhe explorar
com grande eficácia os limites do sujeito enunciante, sua tipologia, assim como o
transporte do enunciatário da “Totalidade narrativo-discursiva” do texto, seu /ser/ e