A teoria semiótica da Figuratividade Visual foi elaborada após décadas de
pesquisas, fundamentada nas teorias de Greimas, Coquet e Peirce,
intencionando responder a questionamentos sobre simbolismo, semi-
simbolismo e a problemática da
conversão
. Tem por objetivo estimular novas
investigações no âmbito da estrutura da comunicação visual.
O termo símbolo é empregado por certos autores, em lingüística, para designar
signo. Hoje em dia, os símbolos assim como o signo, não são mais entendidos no
universo das linguagens, como acontecia há séculos atrás. Atualmente, as pesquisas já
concluídas gozam de novas tendências que surgiram a partir da dimensão dos estudos
sobre as linguagens não verbais, motivadas por pesquisadores cujo interesse pelo
progresso da ciência vai além de suas aspirações pessoais.
Deve-se essa aceitação, em grande parte, às antecipações vividas pelos efeitos da
ficção que a ciência comprova pouco a pouco e os compara, sob visão científico-
fenomenológica, à progressão constatada da dominação atual da imagem sobre os
indivíduos.
Desse modo, os pesquisadores estão capacitando-se a mensurar práticas
significantes diversas que abranjam, desde as interpretações modernas dos mitos
antigos, até o nascimento de mitos modernos; das lúcidas explorações da semiose às da
psicanálise.
Os símbolos constituem o cerne do universo da significação. Revelam os
segredos do inconsciente, conduzem às mais recônditas molas da ação e abrem o
espírito para o desconhecido e o infinito.
Ao longo do dia e da noite, em nossa linguagem, em nossos gestos ou em nossos
sonhos, quer percebamos isso ou não, utilizamo-nos infinitamente de símbolos. Eles dão
forma aos desejos, incitam a empreendimentos, modelam comportamentos, provocam
êxitos ou derrotas. Sua formação, seu agenciamento e sua interpretação são do interesse
de todas as disciplinas.
Recentes trabalhos, cada vez mais numerosos, esclarecem as estruturas do
imaginário. É a função simbolizante da imaginação que, somada à reflexão cognitiva,
possibilita transformar o signo em símbolo para analisá-lo.
Hoje, já não se pode deixar de reconhecer realidades tão atuantes, fazendo-se
necessário educar o olhar de tal modo que, conforme expõe D’Ávila*,
... nos propicie uma reflexão mais profunda e detalhada sobre a “fruição”
vivida diante de uma obra de arte, ou prática visual significante,
estabelecendo as diferenças entre o “ver” (inúmeras vezes involuntário), e o