essa estrofe a complementa. O ideal pode ser a resposta para as perguntas mais
profundas, porém ele não é alcançável, não se pode acessa-lo, mantendo-o no
desconhecido na noite profunda.
Na quinta estrofe, o eu lírico afirma “estarei um tempo divino”, ou seja, o
tempo é uma maneira de existência para ela. A palavra divino reforça a distância entre
ela e nós. Ao chegar na sexta estrofe, o eu lírico fala sobre o momento em que viria a
ser descoberto por alguém, como no verso “a anunciação do meu segredo”. O verso
seguinte diz “desentranhar-me deste enredo”, sendo possível conjeturar que a mulher
adormecida sairia de sua existência idealizada. Na estrofe seguinte a ideia continua, ela
se imagina sendo tirada da vagueza de seu ser.
No fim do poema, ela se questiona sobre como ela é, já que ela não possui
rosto. Além disso, ela sabe que é imaginada por alguém, “Ah, causador dos meus
olhos”, reforçando a ideia de que ela é uma idealização.
LAMENTO DA NOIVA DO SOLDADO
Como posso ficar nesta casa perdida,
neste mundo da noite,
sem ti?
Ontem falava a tua boa à minha boca...
E agora que farei,
sem saber mais de ti?
Pensavam que eu vivesse por meu corpo e minh’alma!
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