Memória dos Catadores de Materiais Recicláveis de Assis (2001-2007)
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No domingo eu não bebo só no sábado e olha lá! E, de vez em quando ainda. E agora
mesmo que eu estou com problema de saúde eu não estou tomando mesmo.
Entrevistadoras:
Foi a Pneumonia, não?
—M.E.M.S.
: É, foi uma pneumonia e agora eu estou tomando muito antibiótico para coluna.
E tem uma gastrite brava, aí agora tem que parar mesmo.
Entrevistadoras:
Bom Maria, acho que é isso.
— M.E.M.S.
: Só isso mesmo?
Entrevistadoras:
Você não chegou a visitar uma exposição de fotos do pessoal que
trabalha aqui, lá na faculdade?
— M.E.M.S.
: Não. Não cheguei a ver.
Entrevistadoras:
Vocês ficaram sabendo dessa exposição?
— M.E.M.S.
: Eu não estava sabendo, infelizmente não. Porque tem muita coisa que aqui
que a gente infelizmente fica por fora.
Entrevistadoras:
Você acha que tem alguma importância esse trabalho que a gente está
fazendo de entrevistar vocês?
— M.E.M.S.
: Tem sim, afinal de contas é cultura, né? Porque daqui mais alguns anos a
gente vai ser lembrada um dia pelo trabalho que nós fizemos, né? Porque através de você
muita gente vai ficar conhecendo, para mim tem muito valor.
Entrevistadoras:
É isso, então.
— M.E.M.S.
: E, parabéns para vocês!
Entrevistadoras:
Imagina! Muito obrigado, a gente é que agradece.
*
6. Relato:
Maria de Jesus Tavares
Data da entrevista:
05/11/2011
Transcrição:
Danillo Rosa
Entrevistadoras
: Maria, você pode contar como foi sua infância, onde você morou?
— M.J.T.:
Posso. Minha infância foi em Santa Cruz. Depois, vim embora para Assis, com
seis anos e estou até hoje. Com quinze anos fui embora para São Paulo tentar a vida lá.
Lá casei. Larguei. Voltei para Assis e estou até hoje.
Entrevistadores
: Você lembra como era o local onde você morava?
— M.J.T.:
Lembro. Nossa como lembro. Nós morávamos numa casa simples. Moramos no
sítio e depois viemos para cá. Moramos até hoje na mesma casa. A infância foi humilde!
Entendeu? O trabalho dos meus pais foi de bóia-fria. A gente ficava em casa.
Entrevistadoras
: E vocês se mudaram por qual motivo?
— M.J.T.:
A gente mudou de Santa Cruz porque meu pai morava em sítio, depois o homem
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