Zélia Lopes da Silva (Org.)
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âmbito nacional. E aí, sua invisibilidade passou a fazer parte de seu passado.
Os encontros com outras lideranças dos catadores, as questões gerais de seu
trabalho, certamente, entraram nas pautas de discussões e, também, o conhecimento sobre
as manifestações da categoria, em âmbito nacional, apresentando suas reivindicações e
suas plataformas de lutas visando à conquista de direitos, tais quais as demais categorias
de trabalhadores, resultou em sua organização com vistas a atingir esses objetivos, com
a convicção de que realizam importantes serviços à coletividade e ao meio ambiente. Os
catadores de Assis sabem que, apesar de terem uma trajetória específica, essas questões
estão presentes em seu cotidiano, e sabem que suas conquistas vão além da luta pela
subsistência de si e de seus familiares, e que sua força e autonomia futuras passam pela
sua articulação ao movimento nacional de catadores de materiais recicláveis, aos quais já
estão articulados.
O livro, portanto, discute, nos capítulos que se seguem, a trajetória desses
trabalhadores e o forjamento da categoria ao se inscreverem no mundo do trabalho, na
execução de tarefas com materiais recicláveis. Essas preocupações foram sistematizadas
na primeira parte deste texto, nomeada “A vida em preto e branco: do biscate a coletores
de recicláveis” subdivida nos capítulos 1 e 2 que abordam “A memória de si. Relatos de
mulheres: sonhos desilusões na vivência cotidiana” e “Narrativas masculinas” (por eles
mesmos) e, a segunda parte do livro, “Trajetória da Coocassis”, contada nos capítulos
3 e 4, sob os títulos “Imagens em tempo real: A trajetória da Coocassis -
Cooperativa de
Catadores de Materiais Recicláveis de Assis”,
com base em fotos que registraram esses
acontecimentos e,
“Ressignificando a memória. A ‘coleção’ de fotos e seus suportes”
que apresenta o trabalho de organização da coleção das fotos e os depoimentos dos
alunos do curso de História, bolsistas e voluntários, que fizeram parte do projeto. E,
também, da técnica Izabel Mano Neme, do Cedap, que orientou a execução, o uso dos
equipamentos e de materiais e ensinou os procedimentos diversos da conservação para
a confecção das jaquetas visando à conservação e guarda dessas fotografias. Ou seja,
esse capítulo traz sucintas informações e os objetivos expressos nas diversas etapas do
trabalho de organização das fotos, até o seu acondicionamento nas caixas destinadas à
sua conservação para as pesquisas futuras e para uso do próprio grupo.
Para concluir, o “Epílogo” e as “Referências bibliográficas” fecham esse livro, cujo
perfil foi sendo forjado em seu próprio percurso de elaboração.
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