Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 614

diálogo e, além disso, é feito para ser apreendido de maneira ativa” (BAKHTIN, 2004,
p.123).
Nesse sentido, com fundamentação nesse paradigma, levamos a efeito uma série
de ações, algumas relatadas em páginas anteriores, no intuito de deflagrar necessidades
de leitura em jovens, em idade escolar, prestes a adentrar o mercado do trabalho, em que
o ler fora tratado como ato de cultura. Tudo realizado sob um prisma em que o diálogo,
a conversa, entre autores e leitores, bem como entre leitores e leitores, propiciasse essa
forma ativa de aprendizado, da qual fala Bakhtin (2004), de compreensão e de
apreensão da relevância social da leitura. Afinal, o livro – um ato de fala, conforme o
filólogo russo – é “sempre orientado em função das intervenções anteriores na mesma
esfera de atividade, tanto do próprio autor como as de outros” (BAKHTIN, 2004,
p.123).
Em resumo, ao trabalhar sob a ótica enunciativa da linguagem, e leitura torna-se
um elo na/da corrente da comunicação verbal ininterrupta, a qual consiste num dos
momentos de evolução, em diferentes direções, de um grupo social (BAKHTIN, 2004).
Dessa maneira, nas atividades até o momento realizadas, tentou-se um encaminhamento
em que as expectativas dos leitores fossem colocadas em evidência. A intenção era
sempre a de criar novas necessidades de leitura e de proporcionar um modo de ler
guiado pela compreensão.
Considerações finais
O propósito do trabalho consistiu, portanto, em localizar os interesses diversos
dos participantes para a montagem de um espaço e de um acervo que lhes fosse pleno de
sentido. O desenrolar das atividades despertou um reconhecimento nos envolvidos
como comunidade leitora. As conversas, as interações, a troca de idéias, de leituras e
experiências deflagravam necessidades de avanço, de novas leituras. O espaço se tornou
um patrimônio dos participantes.
O ato de ler tornou-se uma questão de se relacionar com pessoas e com textos. O
livro converteu-se num instrumento de socialização, de aproximação entre os sujeitos e,
ainda mais, de transformação social. Para os participantes, uma boa leitura era aquela
que gerava uma boa conversa. Para cada um deles era de fundamental importância
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