forma de simulacro ao mesmo tempo sincrônico e diacrônico da vida e, para o autor da
obra (talvez o
story teller
), um convite à encarnação de uma
verdade
transcendental de
forma pregnante tanto para o leitor/enunciatário do texto, quanto para o
narrador/enunciador, dada a atual valência
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da obra de arte nas sociedades do mundo
ocidentalizado.
Nessa arena de embates que se constitui a narrativa romanesca sobre o que nos
inquieta no devir social da modernidade há um convite solitário, ao mesmo tempo
tentador, para que vivamos na pele do outro as nossas necessidades de fantasia. Como
se por meio da agiografia do romance-reportagem nos sinalizassem com uma espécie de
permissão: a de ser por excelência o território da imaginação e do desejo, espaço
exilado das obrigações e dos limites que cerceiam nossa vida cotidiana. Um
arrebatamento que põe em xeque em vez do desejo da fantasia, um desejo de
veracidade, uma necessidade de testemunho da ação no âmbito do
real
, como se o
leitor/enunciatário testemunhasse a experiência relatada, composta de factualidade e
enfabulação, como se ele, leitor/enunciador fosse testemunha ocular dos fatos que
assombram os olhos civilizados da sociedade midiática e midiatizada da primeira
década do século XXI. Percolada por valores e ideologias que transparecem no entre-
jogo do real versus imaginário coletivo dos registros literários daquela mesma sociedade
de papel feita de cidadãos semi-imaginários que habitam o romance-reportagem, o leitor
constrói/desconstrói o
logos
de sua existência fenomenológica.
É nesse caminho cruzado que opera tanto no plano da forma como no plano
do conteúdo o romance-reportagem ao edificar uma ponte dialógica de produção de
sentido entre a história oficial, o enredamento ficcional, o significado identificacional e
a cognição em forma de experiências de vida na tentativa de transformar a narrativa
romanesca em reflexo da sociedade que a gerou.
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Capacidade que um determinado significante tem de atrair atenção e valor a sua volta como expressão
de visibilidade cultural para demonstrar pertencimento a um determinado grupo social gerando
significado simbólico de uma ideologia.
