formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, histórica e socialmente
situadas.
Domínio discursivo
constitui muito mais uma ‘esfera da atividade humana’
no sentido bakhtiniano do termo do que um princípio de classificação de
textos e indica instâncias discursivas (por exemplo: discurso jurídico, discurso
jornalístico, discurso religioso, etc.). Não abrange um gênero em particular,
mas dá origem a vários deles, já que os gêneros são institucionalmente
marcados. Constituem práticas discursivas nas quais podemos identificar um
conjunto de gêneros textuais que às vezes lhe são próprios ou específicos
como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de
poder.
O termo “gênero textual” é empregado pelo linguísta Bronckart,
responsável pela divulgação dos estudos sobre gêneros na perspectiva interacionista e
sociodiscursiva de caráter psicolinguístico juntamente com Dolz e Schneuwly. Enquanto
que o termo “gênero discursivo” ou “gênero do discurso” é empregado por Bakhtin.
Dolz e Schneuwly “desenvolvem a ideia metafórica de gênero como
(mega) instrumento para agir em situações de linguagem, Bakhtin concebe os gêneros do
discurso como tipos de enunciados criados dentro dos vários campos da atividade
humana” (DIONÍSIO; MACHADO; BEZERRA, 2010, p. 53).
Nota-se também que há uma distinção entre o termo “tipo textual” e
“gênero do discurso”. As tipologias textuais estão relacionadas aos aspectos funcionais
ou aspectos de organização estrutural dos textos, aos seus elementos e a relação que há
entre eles. O termo refere-se à composição interna do texto, isto é, às sequências
discursivas que nele predomina. Sequência discursiva são as partes que organizam o
discurso (palavras, frases e parágrafos), isto é, os elementos sintáticos, enfim,
gramaticais, que organizam internamento o gênero discursivo. Já os gêneros discursivos
consideram prioritariamente os aspectos relativos às condições de produção do discurso.
O contexto de produção não é apenas um simples elemento complementar, é um aspecto
constitutivo central. Em suma, as tipologias textuais pressupõem função e organização,
enquanto que o gênero do discurso envolve condições de produção.
Para Marcuschi, todos os textos realizam um gênero e todos os gêneros
realizam sequências tipológicas diversificadas” (2008, p.160). Além disso, todo texto
está em um suporte que irá determinar o gênero. O conteúdo pode não mudar, “mas o
gênero é sempre identificado na relação com o suporte” (2008, p. 174).
O estudioso define suporte de um gênero como
