Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 396

AS MATERIALIDADES NA INTERPELAÇÃO POLICIAL:
DE SUJEITO FALADO A SUJEITO FALANTE NAS PRÁTICAS DE VIOLÊNCIAS
CONTRA A MULHER
Sérgio Nunes de JESUS
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RESUMO:
O presente texto fundamentar-se-á em pressupostos da Análise do Discurso: Althusser (1985),
Pêcheux (1987), e em pressupostos da Enunciação, Ducrot (1987), Guimarães (1995) e Bakhtin (1997), para
investigar como o sujeito que pratica atos de violência contra a mulher, fala, ou responde aos interrogatórios da
Polícia, em virtude das acusações que lhe são feitas pelas mulheres e por testemunhas de suas agressões. Nesse
sentido, instituirá por meio das bibliografias específicas e, ao mesmo tempo, a pesquisa de campo, distintas de
enunciações abordadas por um “sujeito” que “reclama” uma ilusão de verdade em seus deslocamentos
discursivos na produção do sentido que só existe na relação com o outro no ato do depoimento e pelas forças dos
imaginários constituídos nessa relação – com as formações ideológicas e as formações discursivas dentro do
aparelho repressivo da polícia – palco principal nas abordagens dialógicas: em ponto de vista linguístico ou
relatado e ponto de vista discursivo ou referido – que servirão de base discursiva no decorrer da análise.
PALAVRAS-CHAVE:
1. Sujeito. 2. Práticas de Violência. 3. Materialidades. 4. Interpelação. 5. Polícia.
Apresentação
A presente proposta de pesquisa fundamentar-se-á em pressupostos da Análise do Discurso:
Althusser (1985), Pêcheux (1987), e em pressupostos da Enunciação, Ducrot (1987)
Guimarães (1995) e Bakhtin (1997), para investigar como o sujeito que pratica atos de
violência contra a mulher fala, ou seja, responde aos interrogatórios da Polícia, em virtude das
acusações que lhe são feitas pelas mulheres e por testemunhas de suas agressões.
Assim, a metodologia a ser instituída será a bibliográfica e de campo, essas a partir das
tomadas de depoimento das vítimas de violências domésticas no interior das Delegacias de
Polícias no Rio Grande do Sul (onde a pesquisa tem a sua gênese), São Paulo, Salvador e
Brasília. Pesquisando assim as diversas formas de enunciação e seus sentidos instaurados em
cada depoimento. Viabilizará também como os agressores respondem aos interrogatórios do
aparelho repressivo da polícia diante das acusações que lhe são atribuídas nos depoimentos.
Para tanto, a noção de ideologia e suas relações serão fundamentais para o trabalho,
pois quando se fala de ideologia – deve-se lembrar que as ideologias têm materialidades. A
primeira pode ser identificada, neste estudo, por meio do Aparelho Ideológico de Estado – o
Aparelho policial - a segunda, está relacionada aos enfrentamentos de um sujeito que é falado
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Professor Efetivo do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia/IFRO. Cursa Doutorado em
Letras, no PPGLET/Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS. Instituto de Letras. Orientado pela
professora Dra. Ana Zandwais. Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Rondônia/UNIR. Membro
Fundador da Academia de Letras de Cacoal/RO. Doutor em Ciências da Educação pela UTIC, Py. Professor,
pesquisador, músico e poeta. E-mail:
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