qualidade e preços semelhantes, o que fez com que surgisse a necessidade de criar os
meios persuasivos para estimular o mercado.
Essa situação foi evoluindo ao longo do tempo e no contexto atual a propaganda
desempenha papel fundamental dentro de uma sociedade capitalista, capaz de criar
consensos e pensamentos semelhantes, atitudes e ideologias, as quais segundo Chauí
(2004) que compõem um conjunto sistemático, coerente e lógico de ideias e valores que
orientam toda uma sociedade sobre como agir, pensar e ver o mundo.
A função da propaganda é, portanto, influenciar e persuadir o consumidor a
adquirir os produtos que representem as tendências e os valores da classe dominante.
Segundo Sandmann (1933), a linguagem da propaganda busca satisfazer e vir ao
encontro de certos interesses e valores da classe dominante, refletindo assim a sua
ideologia, visão de mundo.
O que as classes dominantes estabelecerem como padrão é o que será buscado e
admirado por todas as outras classes, pois é esse padrão que irá refletir as tendências do
momento: comidas e bebidas mais requintados, a moda e os automóveis, assim como os
temas como a ecologia, tradição, inclusão e outros.
Hoje a persuasão pode ser vista como uma forma de convencer, construir
ideologias e afirmar valores (CITELLI, 1985), mas antes a persuasão era relacionada à
mentira, manipulação e falsidade. Porém, com o passar do tempo percebeu-se sua real
função, a de construção ideológica.
Para a construção da ideologia, a linguagem faz uso dos elementos persuasivos,
que podem ser vistos como aspectos linguísticos que atuam com o intuito de influenciar
o interlocutor. São esses elementos que constroem a significação, e é a análise destes
que nos interessa.
Não se pode negar que a publicidade causa uma forte influência na formação da
própria sociedade, refletindo seus valores e formas de ver o mundo. Por isso torna-se
altamente persuasiva, já que não existe comunicação isenta de um ponto de vista, que
seja neutra, a comunicação implica em convencer o outro de algo, “o elemento
persuasivo está colado ao discurso como a pele ao corpo” (CITELLI, 1985 p. 6).
Consideramos a linguagem como “atividade, como forma de ação individual
finalisticamente orientada” (KOCH, 1998, p. 9). O texto publicitário promove uma
interação entre locutor e interlocutor, pois sempre haverá a intenção do locutor reforçar
ou até mesmo modificar as convicções do interlocutor.