vislumbrar tais acontecimentos de forma naturalizada, sem espanto. Com isso, podemos
notar como o sujeito é historicamente produzido e modificado.
Conclusão
Essa série tem uma regularidade que nos faz vislumbrar a noção de valor
permeando as imagens. Isso evidencia que o discurso é semiológico, ao possuir esse
valor que une os enunciados imagéticos trazidos. E nisso há a presença da história. Foi
pela historicidade que percebemos a mudança na forma de olhar, de construir o sujeito
masculino, isto é, foi rememorando o fato de que as mulheres lutaram para se
desprender da submissão masculina que possibilitou a formação de um novo “rosto”
para os homens, que os configuram como seres inferiores quando comparados com as
mulheres.
Pela produtividade que observarmos desse gesto nos meios de comunicação,
ponderamos que a mídia se aproveitou disso para produzir um espetáculo, destacando as
mudanças ocorridas entre os sujeitos. Contudo, para finalizar, temos que reconhecer que
essa ordem do olhar não representa a todos, isto é, essa ordem do olhar não é algo que
atinge a todos os sujeitos de forma cabal, uma vez que, a velha forma de se conceber o
homem e mulher ainda coexistem com esse novo modo de conceber os sujeitos.
Referências
ACHARD, P. “Memória e produção discursiva do sentido”, i
n
:
Papel da memória
.
Pierre Achard... [et al.]; tradução e introdução José Horta Nunes. Campinas, SP: Pontes,
1999.
BONÁCIO, Daiany.
Discurso, mídia e identidade masculina:
quem é esse “novo”
homem. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Letras da
Universidade Estadual de Maringá. Maringá-PR, 2009.
COURTINE, J.-J.
Arqueologia do imaginário:
imagens, língua e discurso. Entrevista ao
II CIAD – São Carlos-SP, 2009. (tradução de circulação restrita).
FOUCAULT, Michel.
A ordem do discurso.
13 ed., São Paulo: Edições Loyola, 2006.