Sendo assim, quando estudamos a convivência entre o oral e o escrito durante
aprendizagem de uma LE em meio virtual, verificamos que o domínio da escrita ocorre
antes do domínio pleno da oralidade, visto que, de certo modo, a escola focaliza mais as
regras formais da língua escrita do que as instâncias discursivas próprias da
informalidade e da oralidade. Nesse sentido, as interações em teletandem propiciam o
contexto adequado de telecolaboração para que o aprendiz desenvolva a competência
comunicativa e fornece um ambiente para a aprendizagem que mais se aproxima das
interações face a face.
As escolhas lexicais inapropriadas e a adequação do “padrão real” da língua ao
contexto, entre os parceiros de teletandem
,
surge pois os falantes estrangeiros não têm
conhecimento da língua coloquial e das flutuações necessárias para as diversas situações
de comunicação, apesar de conhecerem o português
correto
por dominarem a norma
culta, previamente aprendida na escola antes de começarem as interações. Este tipo de
linguagem formal empregada denunciará o falante estrangeiro, o qual, muitas vezes, não
dispõe de um repertório linguístico adequado para se adaptar de acordo com a situação,
gerando assim algumas incompreensões por parte dos falantes nativos daquela língua
em que tenta se comunicar.
É interessante atentar para o fato de que as sessões de teletandem se dão no
ambiente virtual que, muitas vezes, propaga a idéia de uma expressão linguística
diferenciada – a linguagem da Internet. Todavia, também não podemos deixar de lado a
diferenciação da prática de teletandem, com propósitos educacionais, de um simples
bate-papo com um estrangeiro.
Bibliografia
ALKMIM, T. M. (2004). Sociolingüística,
in
: MUSSALIM, F., BENTES, A. C. (orgs.),
Introdução à lingüística:
domínios e fronteiras. 4. ed. São Paulo, Cortez.
BEDRAN, P. F. (2008).
A (re)construção das crenças do par interagente e dos
professores mediadores no teletandem
. Dissertação (Mestrado em Estudos
Linguísticos)- Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade
Estadual Paulista, UNESP, São José do Rio Preto.
BELINE, R. (2002). A variação lingüística,
in
: FIORIN, J. L. (org.),
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(I. Objetos teóricos). São Paulo, pp. 121-140, Contexto.