Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 776

comunicacional, geralmente designados ‘emissor’ e ‘receptor’
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. Todas as vezes em que este entra
em contato com aquele, valendo-se de diferentes mecanismos, considera-se que houve alguma
forma de ‘interatividade’, processo bastante impulsionado na atualidade pelo desenvolvimento de
recursos tecnológicos que permitem ou facilitam, aos sujeitos que a eles têm acesso e que os
dominam, a produção e a comunicação demensagens.
Em vista disso, o chamado público (leitor, ouvinte, telespectador, internauta, enfim, o
destinatário dos produtos midiáticos) tem, cada vez mais, dominado alguns dos processos de
produção e assumido o lugar de elaboração e transmissão de mensagens, até então uma prerrogativa
daqueles que detinham o aparato necessário para isso e, portanto, ocupavam a primazia na emissão,
numa lógica assentada na distribuição (SILVA, 2000, p. 119).
Sob essa ótica, a interatividade passa a abarcar os sujeitos e os recursos tecnológicos de que
eles se valem para comunicar mensagens. Além disso, a interatividade, para alguns pesquisadores,
surge como a concretização dos vaticínios de extinção dos limites entre os pólos de ‘emissão’ e
‘recepção’da mensagem, no sentido não apenas técnico dos termos, mas também nas relações entre
os participantes da comunicação. Magalhães (2001), por exemplo, ao falar sobre o moderno
ambiente digital, afirma:
O que caracteriza a interatividade é a possibilidade ─ crescente com a evolução dos dispositivos
técnicos ─de transformar os envolvidos na comunicação, aomesmo tempo ememissores e receptores
da mensagem. [...] As estruturas técnicas de rede permitem implementar novas e mais complexas
formas de interação social, fazendo emergir a possibilidade da troca imediata no ciberespaço. Dessa
forma, os indivíduos tornam-se, ao mesmo tempo, receptores e emissores, produtores e consumidores
de mensagens. A comunicação deixa, definitivamente, de ser linear e de mão única, para tornar-se
poliglota, polissêmica e policêntrica. (MAGALHÃES, 2001)
No entanto, apesar da aparente atualidade do fenômeno ‘interativo’ e do fato de ser
corriqueira e quase exclusivamente associada ao ambiente digital, os recursos e procedimentos que o
viabilizariamnão são umadvento atual. Todos os veículos tradicionais sempre mantiverammeios de
estabelecer contato direto com seu público, no mínimo através do telefone, da correspondência e,
mais modernamente, de correio eletrônico, chats e fóruns de discussão. No caso específico do rádio,
essa possibilidade foi uma constante desde o início das transmissões, ainda mais estimulada com o
advento da decodificação do sinal telefônico, das unidades móveis e até mesmo da presença do
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Utilizam-se neste momento os termos ‘emissor’ e ‘receptor’ por serem os mais empregados quando se
fala nos sujeitos envolvidos nas ações de comunicação. No presente estudo, todavia, a percepção que
se tem de tal movimento e da relação que se estabelece entre os sujeitos não é a mesma que considera
tais esferas como estanques e desvinculadas. Ao contrário, o entendimento é o de que a comunicação
se realiza no diálogo e na interação discursiva entre as duas esferas, como se poderá ver mais adiante.
Daí o fato de se trabalhar também com os termos enunciador—co-enunciador e falante — destinatário
ou, simplesmente, interlocutores.
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