estruturalismo e interesses de pesquisa, que até então só consistiam na descrição da
língua e suas variedades dialetais. O objetivo do trabalho é responder à pregunta:
“¿Cómo se ha delineado a grandes rasgos la lingüística –la disciplina y su comunidad–
en la Argentina de los últimos 20 años?” (CIAPUSCIO, 2007, p. 122). A resposta
segundo a autora é o surgimento de uma lingüística como ciência heterogênea em
perspectivas e direções que priorizem um objeto de estudo novo: o discurso. Trabalhar
nesta nova conceição mais popularizada é possível graças aos governos democráticos
que possibilitam a criação de novas escolas, aumentam o número de pesquisadores e as
publicações. Também, possibilitou uma apertura ao exterior, principalmente Europa e
Estados Unidos. Este renascer da lingüística deu resultados concretos nas instituições de
pesquisas e de ensino superior. Entre 1980 e 1990 se reformaram os planos de ensino, se
incorporam novas correntes de estudo – a Análise do Discurso, a lingüística textual, a
pragmática, a sociolingüística, a análise da conversação. Ciapuscio concorda com Di
Tullio no fato de estas novas formas de entender a linguagem acabarem priorizando o
discurso. Acaba criando-se uma falsa ilusão de que se pode estudar a aquisição
lingüística e a língua em uso sem um conhecimento específico da língua enquanto
sistema. Salvando a gramática gerativa, postergou-se nas outras linhas o estudo do
sistema lingüístico. Depois da abordagem histórica a autora faz uma síntese qualitativa e
quantitativa da situação atual da disciplina dentro das universidades argentinas trazendo
à tona algumas irregularidades como: poucos recursos para avaliação do curso de letras
com orientação em lingüística, a ausência de disciplinas vinculadas com a lingüística
aplicada, a separação explícita entre a área de letras e de línguas estrangeiras. A partir
dos anos 90 surgem os programas de pós-graduação no nível do mestrado, mas ressalta