O Movimento
Hip-Hop
caracteriza-se por possuir quatro elementos artísticos: o
rap
(Rhythm and poetry), constituído pelo MC, que é o cérebro; o DJ, que é a alma, a
raiz da expressão musical-verbal; o
graffiti
, que representa a arte, expressa por desenhos
coloridos feitos por grafiteiros nas ruas das cidades; e o
break
, que se constitui na
dança. Vale ressaltar que recentemente foi verificado que no Brasil, segundo Motta
(2009, p. 2), fala-se de um quinto elemento: a
consciência
, que estaria relacionado à
atuação social e seria a ideologia, o que sustentaria os outros elementos.
Para este trabalho foi escolhido como
corpora
a expressão musical, o
rap
. Este,
segundo a pesquisa realizada por Souza (2003), pode ser de estilo
gospel,
que trata de
questões relacionadas a mudanças e transformações das realidades sociais por meio da
fé, crença em Jesus Cristo;
gangsta
, que envolve gangues rivais, drogas, brigas entre
grupos e integrantes – em Curitiba, segundo essa autora, este estilo é denominado como
rap
realista
ou
protesto
, e não há provocações a gangues ou brigas, mas relatos sobre a
atuação de policiais;
hardcore,
que
fala de mensagens políticas dirigidas à comunidade
negra;
freestyle
, caracterizado pela improvisação; e
underground,
caracterizado por ser
uma analise da realidade social, não focada apenas na periferia, mas em questões sobre
todo o espaço geográfico.
Além de letras questionadoras e, dependendo do estilo, agressivas, o
rap
possui
uma linguagem própria, certo código interno, em que são utilizados, muitas vezes, gírias
ou novos signos linguísticos para falar da realidade.
Segundo Fonseca (2008, p. 195), os
raps
nacionais seguem, na maioria, uma
estrutura típica: uma introdução, onde se tem o
leitmotiv
, com informações sobre o que
o
grupo ou MC tratará ao longo do álbum ou do
rap
; a vinheta, por exemplo, sons de
ruas, tiros, sirenes, que dão um tom de realidade e contribuem para dar coesão ao tom
de narrativa e reafirmar ou dar continuidade ao
leitmotiv
; e o salve final, composto
geralmente por agradecimentos e homenagens.
Outra característica, que parece ser global, tem relação ao fato de o
rap
se
empenhar em ser local, buscando sempre falar dos interesses da comunidade de origem
(periferia) dos
rappers
.
Também cabe destacar que o
rap
se caracteriza de acordo com o ambiente em
que o
rapper
vive. Assim, em Curitiba acreditamos que não será diferente: o
rap
curitibano tem uma identidade própria que também foi/é influenciada por questões da