Assim, no primeiro
rap
analisado,
Click Rone
,
3
do grupo J.A.C. (Juri de Atitude
Consciente), de estilo realista/protesto, temos uma crítica direta à polícia curitibana, que
é equiparada à de São Paulo:
Click não tem choro
plow plow, não tem vela
se vacilar o bicho pega na favela
ande sempre de campana,
não marque na mão dos home
São Paulo tem a ROTA,
Curitiba tem a RONE
[...]
Esse
rap
possui uma cenografia de relato da ação da polícia curitibana, em que o
fiador é alguém que conhece e/ou presenciou alguma ação e/ou sabe de histórias que
envolvem a polícia.
Assim, para validar essa cenografia o fiador, provavelmente um morador da
periferia, se apresenta com as qualidades de
areté
: corajoso e sincero. E essa imagem é
transmitida a partir de um tom discursivo de denúncia e por meio de uma linguagem
direta, simples, que usa algumas gírias (loque, gambé, mano), a fim de atingir um
enunciatário que desconhece o comportamento da polícia:
[...]
Soldados do governo, a serviço da burguesia,
o principal pesadelo da periferia,
medo e agonia, rotina constante,
tapa emborrachada, eles forjam flagrante
a polícia tá chegando,
mano esperto sai andando,
quem conhece, não,
não fica esperando,
os home tão na cola de carro ou galopando
fuja da proteção, no país do desengano
RONE, Grupo GARRA, TMA tático móvel armado
pronto pra te matar
é polícia de monte, proteção de menos,
eles são a fonte de muito lamentos
[...]
3
Faixa 09 do CD
O preço da vitória... é a eterna tentativa
, do ano de 2009.