realização do enunciado e na estrutura de troca, negociação e determinam a presença de
elementos ‘marcadores’ e sua hierarquia.
A diversidade das atividades sociais agrupará os gêneros, segundo
Bakhtin(2006) enunciados relativamente estáveis, de forma que não é possível transitar
pelo mundo social sem repertórios de respostas sociais para situações recorrentes. Em
Itinerários
, cartas endereçadas a Alphonsus de Guimaraens Filho (Guimaraens Filho
1974) , Mário de Andrade e Manuel Bandeira utilizam para tais respostas uma
linguagem característica, dotada de cortesia , muitas vezes representada por atenuações
linguísticas ou marcadores de atenuação, recursos de preservação da face. A esse
conjunto de características, denominamos estratégias metadiscursivas, que na visão de
Koch (2009) tomam por objeto o ato do dizer.
As estratégias metadiscursivas modalizadoras ou pragmáticas objetivam
preservar a face do locutor e de seu interlocutor, contribuindo para o equilíbrio e
harmonia da interação, o que é pontuado pelas teorias de Goffman, Lakoff, Brown e
Levinson e se fazem representar no discurso epistolográfico de Mario de Andrade e
Manuel Bandeira.
Cortesia e preservação da face
Cortesia, segundo Urbano (2008) é o modo e qualidade de conduta em
interações, nas relações sociais (verbais ou não), com ou sem reciprocidade,
recomendados ou sugeridos pelas convenções socioculturais, ou hábitos pessoais dos
indivíduos, decorrentes de sua formação educacional, estabelecidos prévio ou
circunstancialmente durante uma interação.
Na perspectiva de Fraser (apud Urbano op.cit.), a cortesia ou polidez está
relacionada à norma social e à preocupação com a preservação da face. O discurso
dotado do efeito cortês deve melhor informar, agradar e ter aceitação do outro e não se
caracteriza por determinada forma, pois é a situação de uso que implicará ou não na
cortesia.
Já Goffman (1967) relaciona o conceito a uma postura coletiva, para o teórico, a
cortesia se refere às normas reguladoras que afetam todos os aspectos da vida em
comunidade. Ao aprendermos uma língua não apenas dominamos seu código, mas