(palavrões, gírias), como se observa no trecho a seguir:
Já começa quando a pessoa nasce
Por defesa ou simplesmente por maldade
São vários elementos que constroem um caráter,
Mas no final do dia, tudo “filha da putagem”
[...]
E acontece
Essa parada que apodrece famílias, amigos, homens e mulheres
Ao redor do globo, jogando esse jogo
Apertando a sua mão pra ganhar teu pescoço
[...]
Portanto, verifica-se que a cenografia desse
rap
traz uma análise da realidade
que não é focada nos problemas sociais de Curitiba, mas, sim, em uma questão
universal: ser pilantra.
Considerações finais
Por meio da fundamentação teórica sobre a história da imagem criada para
Curitiba-Paraná, da caracterização do Movimento
Hip-Hop
e da análise do discurso de
letras de
raps
curitibano, segundo a perspectiva de Dominique Maingueneau e dos
conceitos por ele acionados de cena da enunciação, buscou-se verificar se os
rappers
apreenderam ou não o discurso construído da representação e imagem da cidade de
Curitiba.
De acordo com as análises realizadas, foi possível observar cenografias variadas.
Assim, no
rap Click Rone
, verifica-se uma cenografia que critica diretamente à imagem
criada para Curitiba, a fim de desmascará-la por meio do relato dos problemas
encontrados na cidade: violência policial, exclusão social etc. No entanto, no
rap
Pilantragem
, não há crítica nem referência à cidade de Curitiba. Será, talvez, uma forma
de os
rappers
se preservarem e não destruírem a imagem já disseminada?
Portanto, temos
raps
com cenografias que vão de encontro com a imagem
disseminada e criada para Curitiba (cidade modelo, de harmonia social e racial), porém
que vão ao encontro dos ideais do Movimento
Hip-Hop
. E
raps
que possuem
cenografias que são validadas e condizentes com a imagem criada para Curitiba, porém
