Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 499

regional paranaense com seu livro
História do Paraná
. A partir dessa obra, inicia-se a
criação de uma história factual cheia de mitos da origem da sociedade paranaense; bem
como a construção de símbolos oficiais para o Estado, como a bandeira e o brasão
estadual, e o reconhecimento simbólico da erva-mate e do pinheiro.
Em relação à literatura, destacam-se as produções simbolistas, como as de Dario
Veloso; as produções de escritores como Romário Martins, João Turin, Zacom Paraná,
Lange de Morretes e João Ghelfi; e as obras de literatura nativista (mitos indígenas),
que tinham o objetivo de criar um sentimento de amor pela terra paranaense.
Na década de 1920, os aspectos climáticos e urbanos de Curitiba começam a
servir de propagandas para a divulgação da cidade. Entre 1960 e 1970 foi iniciado um
projeto urbanístico que visava um modelo de desenvolvimento planejado e a
modernização de Curitiba.
Entre 1988-1992 tem-se a concretização de ações com enfoque para a ordem
estética e uma política setorial voltada para o meio ambiente. Verifica-se que esses dois
focos foram os que causaram maior impacto nacional e internacionalmente. Além disso,
as estações tubulares e o visual futurista dos ônibus também ajudaram a causar esse
impacto.
Portanto, foi a partir de 1990 que a cidade de Curitiba-Paraná conseguiu
destaque no Brasil e em outros países e se consolidou como “Cidade que deu certo”,
“Cidade modelo”, “Capital ecológica”, “Cidade de primeiro mundo”, que possui ordem
urbana harmoniosa, sem conflitos sociais e raciais e um projeto urbanístico a ser
seguido.
Indiretamente é possível verificar que as modificações urbanísticas realizadas
recebem ecos do Movimento Paranista e da valorização do elemento europeu.
Passeando por Curitiba, encontramos vários monumentos que homenageiam os
imigrantes: Bosque do Alemão, Portal Italiano, Praça do Japão, Praça da Espanha, entre
outros.
Além disso, ainda hoje, resistem as ideias defendidas principalmente por Wilson
Martins
2
(
apud
Almeida 2006, p. 147), como a de que Curitiba é uma cidade pacífica,
com alta qualidade de vida (sem favelas e casas miseráveis) e de caráter internacional
ou “europeu”. Ou seja, os ideais paranistas foram materializados no planejamento
2
Wilson Martins.
Um Brasil diferente
: ensaio sobre fenômenos de aculturação no Paraná. 2. ed. São
Paulo, TA Queiroz, 1989. (Coleção coroa vermelha. Estudos Brasileiros; v. 16)
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