Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 1028

como propôs A. J. Greimas com seu modelo analítico-teórico, o percurso gerativo de
sentido. Mas, segundo a autora (2003c, p. 247), em virtude de natureza diversificada
dos conteúdos das linguagens não-verbais, que se caracteriza pela quantidade e
qualidade das substâncias da expressão e do conteúdo, inúmeras adaptações e alterações
foram feitas.
Outro fator que contribuiu para que o percurso gerativo de sentido de daviliano
se distanciasse do percurso de sentido greimasiano foi o envolvimento da autora com
outras teorias semióticas: a de Jean-Claude Coquet e a de Charles Peirce, sendo a
primeira caracterizada pelo seu caráter subjetal, conotativo-denotativo e contínuo e, a
segunda, pelo seu cunho conotativo.
Para Greimas, conforme a autora, da linguagem verbal deveria apenas ser
utilizada a metalinguagem na apreensão dos sentidos do não-verbal, ou seja, o papel da
linguagem verbal deveria ser somente o de explicar o não-verbal. O mestre lituano
queria com isso que “fosse demonstrada a autonomia e o estatuto semiótico dos
conteúdos de natureza não-verbal apreendidos nos textos visuais” (D’ÁVILA, Ibidem).
Assim como a teoria semiótica greimasiana, a teoria daviliana, através da análise
interna, por meio de uma análise imanente, busca a estrutura profunda (os figurais) e
desvenda os efeitos de sentido que estão na aparência. Com isso identificando, nos
textos visuais ou verbo-visuais, elementos do figural e do figurativo, fisicamente
presentes e imediatamente perceptíveis. Como também o valor semântico apreendido a
partir da criatividade e da ordenação dos mesmos e o valor expressivo das formas que
integram a mensagem estética contida neles.
O percurso gerativo do sentido na manifestação visual
Para a análise de textos visuais, conforme D’Ávila (1999a, 2003c, 2001a,
2003b), um enquadramento deve ser feito sob a categoria da Figuratividade Visual, seja
como caráter figurativo ou figural. Sendo que os figurativos visuais são identificados
sob o modo de Figurador I e Figurador II e sob o eixo semântico, e os figurais descritos
no Figural 1 Nuclear e Figural 2 Classemático. Para a autora, a substância do conteúdo
visual é variável, pois pode ser presentificada, representada ou re-representada, e
equivale aos efeitos de sentido emanados da apreensão visual do texto, da sua
totalidade, em tudo o que aparenta ser e do que “conta”. E a sua forma do conteúdo,
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