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Algumas famílias optam por uma inscrição mais discreta, apenas a fim de
marcar que ali “jaz um pioneiro”. São pequenas inscrições nas lápides.
Imagem 9
- Lápide com pequena menção ao pioneirismo do sepultado
Fonte:
Acervo fotográfico do autor.
Como já dito é, principalmente, após a década de 1980, com os festejos do
Cinquentenário de Londrina, que os movimentos em torno da memória dos pioneiros
ganham mais força e mais visibilidade, fortalecendo discursos do pioneirismo.
Contudo, depois de 2004 com a inauguração do monumento Memorial do Pioneiro
onde estão inscritos 3.800 nomes de pioneiros que chegaram à Londrina entre 1929 e
1939, o discurso do pioneirismo foi reacendido, ressignificado e expandido. Esse
grande complexo monumental no centro da cidade trás à tona o debate sobre o
pioneirismo, pois com essa posição da Prefeitura houve uma ampliação do conceito de
pioneiro, não mais atrelado àqueles que chegaram e obtiveram sucesso e tornaram-se
notáveis.
No entanto, muitos “pioneiros” já haviam sido sepultados antes dessas ações
tanto na década de 1980 quanto, mais recentemente, por ocasião do Memorial em
2004. Portanto, em face de tais recentes acontecimentos, encontramos no Cemitério
São Pedro um túmulo no qual se deu a inclusão, claramente, a
posteriori,
de uma
pequena plaqueta indicando que o sepultado fora pioneiro da cidade. O pioneiro ali
sepultado faleceu em 1959, entretanto, em 2004 seu nome foi incluído na relação do
Memorial do Pioneiro, conferindo-lhe, oficial e publicamente, o caráter de pioneiro, o
que explica o acréscimo mais recente da placa de pioneiro, como podemos observar
na imagem 9.