sentidos do texto, a partir da articulação das proposições explícitas e de seu
conhecimento de mundo.” (SEE/Caed, 2009, p. 38)
A referenciação e o estabelecimento de relações lógico-discursivas são aspectos
da coesão textual que, por sua vez, é uma das características da textualidade, conforme
determinou COSTA VAL (1991, p. 6):
A
coesão
é a manifestação linguística da coerência; advém da maneira como os
conceitos e relações subjacentes são expressos na superfície textual. Responsável pela
unidade formal do texto, constrói-se através de mecanismos gramaticais e lexicais.
Entre os primeiros estão os pronomes anafóricos, os artigos, a elipse, a
concordância (...), as conjunções, por exemplo.
1
Os elementos coesivos são tratados nas avaliações sistêmicas como “a
capacidade de perceber que o texto se constitui de partes interligadas que formam uma
rede de significação.” (SEE/Cead, 2009, p. 46) Tal habilidade é avaliada pela
identificação de elementos encadeadores do texto, tais como pronomes, por exemplo e
também pela habilidade de reconhecer relações lógico-discursivas, evidenciadas por
conjunções, advérbios, etc.
Segundo vários teóricos, a Avaliação Diagnóstica – proposta que motivou o
curso de formação ora analisado – é uma avaliação pedagógica e não punitiva, que vai
além da prova tradicional, cujo objetivo é salientar erros e acertos. Com a avaliação
diagnóstica, espera-se que o professor seja capaz de chegar à matriz, à causa do erro ou
do acerto, interpretando a produção de sentidos feita pelo aluno e, consequentemente o
estágio do seu desenvolvimento no processo de aquisição e consolidação das
habilidades, para a construção da competência em leitura.
Assumimos aqui, a concepção de avaliação diagnóstica tal como proposta por
LUCKESI (1990, p. 52):
Com isso, queremos dizer que a primeira coisa a ser feita, para que a
avaliação sirva à democratização do ensino, é modificar a sua utilização de
classificatória para diagnostica. Ou seja, a avaliação deverá ser assumida como
instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno,
tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que ele possa avançar no
seu processo de aprendizagem.
Deste modo, a avaliação não seria somente um instrumento para a aprovação
ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento de diagnóstico de sua situação,
tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para sua aprendizagem
1
Grifos nossos.