redações foram produzidas por candidatos ao curso de Letras da Universidade de São
Paulo; b) dentro deste grupo, foram separadas 25 redações de candidatos que fizeram
curso preparatório para o vestibular e 25 de candidatos que só cursaram o Ensino
Médio. Após esta escolha, procedeu-se à leitura individual dos textos e à identificação
de como as s
equências narrativas
apareciam e como elas contribuíam para a formação
dos arranjos textuais. Vale ressaltar que expressões temporais como “na antiguidade
clássica”, “nos primórdios da humanidade”, “hoje em dia”, “há um século” etc. são
presenças típicas nas mencionadas sequências narrativas.
Com base nessa primeira análise, foram criados quatro tipos de arranjo
organizados num contínuo. Esse contínuo procura mostrar tanto a forte presença dessas
sequências nos textos como a presença de, pelo menos, mínimos traços narrativos
(tensão, transformação, passagem de tempo), fato que ocorre em todas as dissertações
produzidas como redação de vestibular. A distinção no contínuo foi a seguinte:
Tipo I
–
texto com uma ou mais s
equências narrativas
que o estruturam;
Tipo IV –
texto com
traços narrativos mínimos e predominância de definições;
Tipos II
e
III
– textos com
presença intermediária (
sequências narrativas
isoladas ou incompletas), sendo o
tipo II
mais próximo da máxima presença e o
tipo III
mais próximo da mínima presença.
O
Tipo I
reúne redações que apresentam
sequências narrativas
distribuídas pelo
texto todo, compondo arranjos mais ou menos estruturados. Apresenta, em geral, um
arranjo textual marcado por um tempo remoto/passado, por um tempo intermediário e
pelo tempo presente, conforme classificação proposta por Corrêa (2007). Um exemplo
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desse primeiro conjunto de textos é o que se segue, analisado da perspectiva do
protótipo da sequência narrativa
de Adam (2008, p. 225):
Situação Inicial
: o trabalho
seria apenas para subsistência na “Era pré-histórica”
situação de equilíbrio;
Nó
: “Na
Idade Média houve uma grande ampliação nas modalidades de trabalho [...], porém, este
continua reservado apenas às classes pobres, sendo que as famílias mais abastadas
viviam em completo ócio.”
surgimento do conflito: classes menos favorecidas X
Finalmente, a “educação não-formal” diverge da “educação formal” por não fixar tempos e locais e pela
flexibilidade na adaptação dos conteúdos de aprendizagem (Afonso, apud. Von Simon, Park e Fernandes,
2001, p. 9).
7
Em obediência às normas da FUVEST, instituição que formula e executa todo o processo do vestibular
da Universidade de São Paulo. As citações dos textos analisados não são integrais, reduzindo-se ao
essencial para a análise, de modo a impedir a identificação de seus autores.