A INTERTEXTUALIDADE NAS TIRAS DA MAFALDA
Ana Raquel Abelha CAVENAGHI
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Resumo:
A intertextualidade vem sendo estudada pela área da Linguística Textual que
incorporou o postulado dialógico de Bakhtin de que um texto está sempre em diálogo
com outros textos. Dessa forma, o presente estudo objetiva analisar a presença do
intertexto em algumas tiras da obra “Toda Mafalda” do autor Quino e sua contribuição
para a produção do sentido de humor no texto. Assim, será utilizado o conceito de
intertextualidade em sentido estrito postulado por Ingedore Koch que ocorre pela
presença do intertexto anteriormente produzido e faz parte da memória social de uma
coletividade. Esse tipo de intertextualidade se divide em explícita quando há citação da
fonte do intertexto e implícita que ocorre sem citação expressa da fonte. Conclui-se que
é necessário o leitor reconhecer a presença do intertexto pela ativação do texto-fonte em
sua memória discursiva para que ocorra a construção do sentido do quadrinho.
Palavras-chave:
intertextualidade; tiras da Mafalda; linguística textual; produção de
sentidos; humor.
Introdução
O conceito de intertextualidade foi introduzido na década de 60 no campo de
estudo da Teoria Literária pela crítica literária Julia Kristeva que se baseou no
dialogismo bakhtiniano. Como ressaltam Bentes, Cavalcante e Koch (2008), a
intertextualidade também se constituiu em um dos temas de estudo da Linguística
Textual (bem como de outras áreas que abordam o conceito a partir de diferentes
perspectivas teóricas) que incorporou o postulado dialógico de Bakhtin de que um texto
não existe nem pode ser compreendido isoladamente, pois está sempre em diálogo com
outros textos. Para Bakhtin (1986) há um contato dialógico entre textos em que o texto
só ganha vida em contato com outro texto (com contexto) e este ponto de contato
juntaria dado texto a um diálogo.
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Graduada em Letras Hispano-Portuguesas, Especialista em Ensino de Línguas Estrangeiras e Mestre em
Educação pela Universidade Estadual de Londrina, e-mail: