Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 49

Carro do Pai
Carro da Mãe
Utilizando o exemplo desta família voltemos às perguntas iniciais; porque
representar as famílias nos veículos? O que nos leva a utilizar esses recursos visuais?
Faço uma análise das imagens enunciativas presentes nos veículos segundo a
perspectiva de Foucault, mas, precisamos antes de tudo aceitar que as explicações não
são únicas e devemos rejeitar as fáceis interpretações e igualmente a busca insistente do
sentido último ou do sentido oculto das coisas. Uma prática comum quando falamos em
fazer o estudo de um discurso.
Para Michel Foucault, é preciso ficar simplesmente no nível de existência das
palavras, das coisas ditas, neste caso das “coisas” representas. Isso é, temos que
trabalhar com o próprio enunciado, deixando-o aparecer na complexidade que lhe é
peculiar. E o que temos que fazer para chegar a isso? Precisamos nos desprender de um
aprendizado que nos faz ver os discursos como um conjunto de signos, que fazem
referencia a um determinado assunto ou conteúdo. Como se ele carrega-se consigo um
mistério a ser descoberto. (FISCHER 2001)
Para trabalhar na perspectiva foucaultiana temos que “recusar as
explicações unívocas, as fáceis interpretações e igualmente a busca insistente do sentido
último ou do sentido oculto das coisas”, para Foucault não há nada atrás das cortinas e
nem sob o chão que pisamos, há sim, enunciados e relações de poder que o próprio
discurso se encarrega de por em funcionamento. (FISCHER 2001) Quando refletimos o
discurso, devemos observar as relações e as práticas que funcionam e vivem nos
discursos.
Proponho-me a trabalhar esta perspectiva, na tentativa, de apontar as pequenas
relações e práticas que permeiam todo o discurso cientifico ou não, mas que são
abafados pelos discursos dominantes e naturalizados, ficando sem efeito, esquecidas e
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