Seguindo as vertentes pós-estruturalistas sobre o processo de significação e
sobre a identidade, Silva nos diz que “a identidade não é uma positividade, nem um
absoluto cuja definição encera-se em si mesma. A identidade é sempre uma relação: o
que eu sou sou se define pelo que eu não sou; a definição de minha identidade é sempre
dependente da identidade do Outro (SILVA 2004). Devemos destacar que a identidade
“é definida num processo de significação: é preciso que, socialmente, lhe seja atribuído
um significado. Como um ato social, fundamentalmente, sujeita ao poder. Alguns
grupos sociais estão em posição de impor seus significados sobre outros. Não existe
identidade sem significação. Não existe significação sem poder” (SILVA 2004).
As pessoas são múltiplas, constituídas de varias identidades. E é, então, no
âmbito da cultura e da história que se definem as identidades sociais (todas elas as
sexuais, de gênero, de raça, de nacionalidade, de classe etc). Essas múltiplas e distintas
identidades constituem os sujeitos, na medida em que esses são questionados a partir de
diferentes situações, instituições ou agrupamentos sociais. Reconhecer-se numa supõe,
pois, responder afirmativamente a um questionamento e estabelecer um sentido de
pertencimento a um grupo social de referência. Nada há de simples ou de estável nisso
tudo, velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o individuo. A cultura faz
parte de nossa identidade, e esta é extensamente discutida na teoria social, e o
argumento é que um abalo na identidade pode ser visto como um processo que esta
alterando as estruturas e processos centrais das sociedades e abalando as referencias que
davam ao individuo um lugar seguro no mundo social (HALL 2003).
Essas múltiplas identidades sociais podem ser também provisoriamente atraentes
e, depois, nos parecerem descartáveis; elas podem ser então, rejeitadas e abandonadas.
Somos sujeitos de identidades transitórias e contingentes. Da mesma forma que
construímos nossas identidades pessoais, construímos também nossas identidades
familiares. Portanto, as identidades familiares, como todas as identidades sociais, têm o
caráter fragmentado, instável, histórico e plural.
Habermas propõe que as identidades se constituem pela incorporação das
unidades simbólicas mediadas pela socialização a partir da integração dos papeis sociais
através da igualdade e diferença em relação ao outro. Seu conceito de subjetividade se
dá no social: o homem só adquire consciência de si mesmo através do outro, ao