Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 273

quais estão bem assimilados e internalizados por todos, como fatos passíveis de atenção
e de preocupação
1
.
A questão ambiental não é algo a ser desprezado no mundo atual. Porém, se
conclamar “defensor da natureza” está cada vez mais banalizado. Ser “eco” está na
“moda” nos dias de hoje. Deste modo, “celebridades” se declaram solidárias as ONGs
ambientalistas; as grandes empresas demonstram toda a sua preocupação com o tal
desenvolvimento sustentável; os partidos e personalidades políticas apregoam as
premissas do ecologismo; dizer que se recicla o lixo doméstico é atestado de “estar
fazendo a sua parte”; entre outras ações.
No entanto, como também é corrente na contemporaneidade, estas
preocupações ecológicas podem simplesmente ser da ordem do superficial e da
aparência. Não importa realmente acreditar e promover mudanças nos hábitos
cotidianos visando à preservação do meio ambiente. Ao contrário, somente o discurso
de ser consciente acerca de tais questões já basta para demonstrar algum envolvimento.
Evidente que não devemos generalizar, uma vez que existem os chamados ativistas, os
quais mergulham de fato na luta pelo meio ambiente partindo para ações práticas,
protestando contra as multinacionais e contra os governos, muitas vezes, até sendo
presos em virtude destes atos.
O episódio zomba é de uma “pseudoconsciência” quando demonstra um
festival promovido por pessoas ricas, que apenas querem “limpar a consciência e
negarem suas responsabilidades na degradação do planeta.”. Neste caso, tal como
colocamos anteriormente, o importante é simplesmente
parecer
se preocupar com o
meio ambiente. E, se as ações em prol disto forem inócuas ou espetaculares, melhor se
constituirá a
mise-en-scène
ambientalista. Por outro lado, “
Rainforest Schmainforest
também escracha uma “obrigatoriedade” pela conscientização ambiental, como se
alguém fosse capaz de admitir publicamente ser contra a natureza e o meio ambiente.
Além disto, em uma cultura cada vez mais urbana, o apreço pelo nativo e pelo
campestre ganha contornos de romantismo e de idealização. A lógica segue, mais ou
menos, a premissa: clamo pelas florestas, mas jamais estive e/ou estarei em uma. O
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Um contraponto interessante, e por que não politicamente incorreto, à visão corrente de aquecimento
global é o documentário britânico “The Great Global Warming Swindle” (A Grande Farsa do
Aquecimento Global) [2007], o qual reúne cientistas, professores universitários, estudiosos, os quais
discutem e apontam, entre outras questões, o aquecimento global acelerado pelas forças humanas como
um fato propagandístico e não científico.
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